Segundo a Intel, o presidente da Nokia, Stephen Elop, recebeu "ofertas incríveis de dinheiro" do Google e da Microsoft para trocar de plataforma (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 15h31.
Londres - A Intel afirma que sua parceira Nokia desistiu do sistema operacional MeeGo, desenvolvido em conjunto pelas duas empresas, depois que a Microsoft ofereceu quantidades "incríveis" de dinheiro para a fabricante de celulares mudar os sistemas de seus smartphones para o Windows. Apesar disso, a produtora de chips afirmou que encontrará novos parceiros para o MeeGo.
O presidente-executivo da Intel, Paul Otellini, disse em uma reunião com analistas em Londres que a opção da Nokia pelo sistema da Microsoft, em vez da plataforma Android, do Google, foi uma decisão financeira.
Otellini disse que o presidente da Nokia, Stephen Elop, recebeu "ofertas incríveis de dinheiro" do Google e da Microsoft para trocar de plataforma.
"Eu não teria tomado a decisão que ele tomou. Eu provavelmente teria ido atrás do Android, se fosse ele", disse Otellini. "Mas o MeeGo teria sido a melhor estratégia, mas ele concluiu que não poderia bancá-lo", disse.
Representantes da Microsoft não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
O presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, afirmou na feira Mobile World Congress, em Barcelona, na quarta-feira, que havia tentado por muito tempo fazer negócios com a Nokia.
Otellini disse que a Nokia encontrará dificuldades em se diferenciar no mercado usando a plataforma do Windows: "Seria menos difícil com o Android, já com o MeeGo, a Nokia teria sucesso", afirmou.
"Nós encontraremos outro parceiro. As operadoras ainda querem um terceiro sistema operacional, que seja aberto, e é isso que nos motiva", disse.
O MeeGo foi criado no ano passado por meio da união das plataformas baseadas em Linux da Nokia, Maemo, e da Intel, Moblin.
Ameaça dos tablets?
Ottelini também minimizou a ameaça dos computadores tablets ao mercado de PCs. "Vamos fugir dessa (avaliação de que) 'o PC está morto e os tablets vão ficar com nosso almoço e que não há crescimento no mercado de PCs", disse o executivo.
Ele afirmou que 2010 foi um dos anos mais fortes em vendas de PCs, com um aumento de 17 por cento. O executivo comentou ainda que prevê crescimento de dois dígitos novamente este ano, puxado por vendas de notebooks em mercados emergentes.