Grãos de feijão: as espécies de plantas da família Fabaceae são mais conhecidas por terem o fruto em formato de fava ou vagem e pelo nome de leguminosas (Marcello Casal Jr./ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2013 às 14h15.
São Paulo – O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) acaba de lançar o Guia da Biodiversidade de Fabaceae do Alto do Rio Negro, reunindo dados sobre 125 espécies de plantas da família Fabaceae. Resultado do Projeto Fronteira, desenvolvido entre 2007 e 2011 pelo instituto, a publicação contém informações e imagens que podem auxiliar estudantes e pesquisadores na realização de pesquisas aplicadas.
Os trabalhos de coleta foram feitos nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas. “Para cada espécie apresenta-se o número de registro do herbário do Inpa, coordenadas geográficas do local da coleta, sinônimos botânicos, nomes populares com ênfase para as designações locais, indicativos do seu potencial de uso, complementados por informações de sua distribuição geográfica”, afirmou o pesquisador Luiz Augusto Gomes de Souza, autor da publicação.
As espécies de plantas da família Fabaceae (que incluem o feijão, o amendoim, a soja, a lentilha, entre outros) são mais conhecidas por terem o fruto em formato de fava ou vagem e pelo nome de leguminosas. Estima-se que a Amazônia abrigue, dessa mesma família, cerca de 2 mil espécies, incluindo árvores de 50 metros, ervas, arbustos e cipós.
“O levantamento dos recursos de biodiversidade em áreas pouco pesquisadas na Amazônia disponibiliza informações básicas indispensáveis para as pesquisas aplicadas de valoração de recursos vegetais e contribui para a conservação e preservação de sua variabilidade genética para o futuro”, disse Souza.
De acordo com ele, o principal valor econômico das leguminosas da Amazônia vem da madeira das plantas, além da produção de óleos, alimentos e medicamentos. O interesse em catalogar as espécies dessa família também se deu pela sua contribuição à produção agrícola, uma vez que são plantas adaptadas a solos ácidos e de baixa fertilidade.
A colaboração dos indígenas, segundo o pesquisador, foi de extrema importância para a localização e a descrição das espécies, pois algumas delas eram conhecidas somente pela população tradicional – e foram pouco pesquisadas como plantas de frutos comestíveis.
“Essa troca de conhecimento foi muito rica, o livro não teria existido sem essa colaboração”, afirmou Souza.
O livro on-line está disponível aqui