Bandidos usaram informações postadas numa rede social para planejar roubo em São Paulo (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 16h06.
São Paulo - Informações postadas por um menor, de 16 anos, em uma rede social, sobre aquisições de eletrônicos durante uma viagem, estimulou um plano de assalto que aconteceu na terça-feira, 29, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Dois suspeitos acabaram morrendo durante uma suposta troca de tiros com policiais da Rota.
Segundo a delegada Fabiana Sarmento de Sena, da equipe Celeste do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o adolescente, também de 16 anos, acusado de participar no assalto a um apartamento na Rua Barra Funda, é amigo de classe de uma das vítimas e confessou o envolvimento.
Renato de Mauro Oliveira, de 20 anos, e um homem ainda não identificado morreram ao trocar tiros com a polícia na noite de terça. A dupla, segundo a delegada, entrou no apartamento de um casal de advogados com as chaves da porta, mantendo quatro pessoas reféns, entre eles um adolescente de 16 anos, que teria postado as informações na rede social.
De acordo com a delegada, as investigações que chegaram ao adolescente começaram a partir das chaves da casa que pertenciam ao menor vítima do roubo, que estavam perdidas havia alguns dias. "Durante as investigações, percebemos que era alguém muito próximo que teria participado do roubo. Esse amigo da vítima esteve na casa na segunda-feira, um dia antes do roubo e pode ter repassado informações aos bandidos", explica.
Outra informação que ajudou a confirmar a participação de alguém próximo à família foi uma frase dita pelos bandidos durante uma ligação recebida pelo celular dentro do apartamento: "a gente tá aqui mas não tem tanta coisa assim como você falou", conta a delegada.
O menor compareceu à delegacia ontem em companhia dos pais e disse que foi coagido pelos bandidos, que moravam próximos de sua casa, a furtar a chave da casa do amigo. "Isso mostra que não devemos expor nossa vida colocando fotos e informações íntimas nas redes sociais e o mesmo acontece no convívio entre as pessoas", aconselha a delegada.
Um boletim de ocorrência complementar foi elaborado e a narração foi encaminhada para a Vara da Infância e Juventude. O jovem será chamado em juízo, para depois serem definidas quais serão as medidas adotadas contra o adolescente.