Policiais montam guarda no Russel Market em Bangalore, na Índia: milhares de pessoas fugiram para o nordeste na semana passada, por medo de uma explosão da violência (Manjunath Kiran/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 12h34.
Nova Délhi - O governo da Índia ameaçou adotar medidas contra a rede social de microblogs Twitter por conteúdos que considera terem aumentado a tensão étnica contra os migrantes do nordeste.
Alguns comentários feitos na internet, mensagens de texto e vídeos falsos estariam por trás da circulação dos boatos de que os muçulmanos atacariam a estudantes e trabalhadores do nordeste da Índia residentes em Bangalore e outras cidades do sul.
Milhares de pessoas fugiram para o nordeste na semana passada, por medo de uma explosão da violência.
O governo pediu ao Twitter e a outras redes sociais que retirassem de suas páginas o que descreveu como material "incendiário e prejudicial". Também bloqueou alguns conteúdos e mensagens de texto.
"Se o Twitter não responder o nosso pedido, adotaremos as medidas apropriadas", afirmou o ministro do Interior, R.K. Singh.
"Pedimos ao ministro da Informação e Tecnologia que envie uma nota", completou.
Representantes do Twitter não foram encontrados para comentar a advertência, mas Facebook e Google anunciaram durante a semana que estavam em contato com as autoridades indianas e que já adotam uma política de proibição dos conteúdos que estimulam a violência.
As ameaças contra os migrantes têm relação com semanas de confrontos no Estado de Asam entre a comunidade tribal de Bodo e os muçulmanos, que provocaram pelo menos 80 mortes.