Tecnologia

Implante minúsculo pode devolver movimentos a paraplégicos

A tecnologia futurista, que usa um dispositivo minúsculo contendo um emaranhado de eletrodos, já conseguiu registrar atividades neurais em ovelhas

Cadeira de rodas (Minerva Studio/Thinkstock)

Cadeira de rodas (Minerva Studio/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2017 às 20h46.

Última atualização em 25 de novembro de 2017 às 22h01.

Imagine um implante cerebral do tamanho de um palito de fósforo que pudesse contornar medulas espinhais danificadas e ajudar pessoas com paralisia a recuperarem a mobilidade —  com seus próprios pensamentos.

A tecnologia futurista, que usa um dispositivo minúsculo contendo um emaranhado de eletrodos, demonstrou que consegue registrar atividades neurais em ovelhas.

O próximo passo será testá-lo em cinco voluntários, possivelmente já a partir de setembro de 2018, segundo Nick Opie, engenheiro biomédico da Universidade de Melbourne e diretor-técnico do projeto australiano.

O stentrode, como o aparelho é chamado, está projetado para transmitir os pensamentos com tecnologia wireless a um dispositivo robótico externo, como um exoesqueleto ou uma prótese, a fim de permitir que o paciente controle o movimento e a locomoção com o cérebro. O procedimento faz parte de um campo crescente da robótica destinado ao aperfeiçoamento humano que, de acordo com uma projeção do McKinsey Global Institute em 2013, poderia ajudar mais de 50 milhões de pessoas com mobilidade reduzida no mundo desenvolvido e gerar até US$ 2 trilhões por ano em benefícios econômicos até 2015.

“Nosso objetivo é devolver a mobilidade, a independência e a comunicação a alguns desses homens e mulheres”, disse Opie. “Estamos usando o dispositivo para extrair informações que já foram geradas pelo cérebro e para contornar os nervos danificados.”

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Implante que pode devolver movimentos a pacientes (Reprodução/Bloomberg)

O stentrode é feito de eletrodos em um stent de malha expansível que é inserido em um vaso sanguíneo sobre o córtex motor, a parte do cérebro que controla o movimento, por meio um cateter fino inserido na virilha. Uma vez posicionado, o cateter é retirado, permitindo que o stentrode se expanda contra a parede do vaso sanguíneo, criando um tubo de arame oco com forma de charuto, que registra a atividade cerebral.

O procedimento de instalação é praticamente idêntico ao utilizado pelos neurorradiologistas para remover coágulos de vítimas de AVC e pode ser realizado em 30 a 40 minutos, disse Opie. O stent, feito de uma liga de níquel e titânio, é flexível e muito elástico, o que possibilita manobras através dos vasos sanguíneos sem cirurgias invasivas.

A Synchron, empresa criada por Opie e seus colegas para desenvolver o stentrode, disse em abril que levantou 10 milhões de dólares australianos (US$ 7,6 milhões) para uma rodada de financiamento série A.

Uma vez confirmado que o método é seguro em humanos, a Synchron buscará inscrever cerca de 30 pessoas para um teste global, possivelmente em 2019, disse Opie, acrescentando que é muito cedo para estimar o preço do dispositivo.

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