Arianna Huffington: "Vamos trazer todos os nossos serviços ao Brasil e cobrir o país inteiro; não só São Paulo e Rio" (Maurício Grego)
Maurício Grego
Publicado em 2 de setembro de 2011 às 12h15.
São Paulo — Falando no evento Info@trends, hoje, em São Paulo, Arianna Huffington, presidente e diretora editorial do site americano Huffington Post, deu alguns detalhes de seus planos para o Brasil. O site deve estrear sua versão brasileira até o fim do ano, em parceria com uma empresa local não revelada.
Arianna diz que seu objetivo é trazer tanto a plataforma de blogs do Huffington Post como a parte jornalística do site. A estrutura local vai servir, também, para produzir conteúdo sobre o Brasil a ser distribuído no exterior. “O Brasil é um país fascinante. Todos querem entender o Brasil e o que está acontecendo aqui. Queremos cobrir o país inteiro; não só São Paulo e Rio”, diz ela.
Fundado em 2005, o site tem 1.300 jornalistas e pertence, desde o início deste ano, à America Online. Além de produzir conteúdo, ele funciona como uma plataforma de blogs. Qualquer pessoa pode publicar seus textos, mas precisa se submeter à aprovação do site, que faz um controle de qualidade. Além dos Estados Unidos, o site tem operações no Canadá e no Reino Unido. A versão brasileira vai ser a segunda em um idioma diferente do inglês. A primeira será na França e deve começar a funcionar em outubro.
Parceiro local
Arianna diz que o plano é trazer todos os recursos do site para o Brasil, incluindo a rede de anúncios da empresa. “A estrutura local vai depender do parceiro. Estamos conversando com alguns, mas não decidimos ainda. Vamos precisar de gente em anúncios, conteúdo e outras áreas. Mas o número de pessoas vai ser decidido em função do que o parceiro já possui.” Ela só adianta que o parceiro local será, provavelmente, uma empresa que já possui alguma operação na internet.
Arianna fala com entusiasmo das mídias sociais e se mostra sempre otimista em relação à tecnologia. “Estamos dando oportunidade para as pessoas divulgarem informações que ajudam a combater a corrupção e outros crimes. Sempre encorajamos os leitores a enviar informações sobre políticos e verbas de campanha”, diz. Ela diz que essa atuação poder ser benéfica também no Brasil.
Ela mantém sua visão otimista mesmo quando fala sobre os recentes distúrbios em Londres. “É claro que a culpa não foi das redes sociais. Elas são neutras. Podem ser usadas para muitas coisas. Depois das depredações, houve grupos que se organizaram no Twitter para fazer a limpeza dos escombros”, diz.
Hora de desconectar
Mesmo com esse entusiasmo todo pela tecnologia e pelas redes sociais, Arianna é enfática ao dizer que uma das coisas mais importantes é saber se desconectar quando chega o momento. “Uma vez tive uma reunião com um homem que me disse que havia dormido apenas quatro horas na noite anterior. Eu pensei: se ele tivesse dormido cinco horas, a reunião seria bastante mais interessante”.
Ela conclui com um conselho, que repetiu várias vezes durante sua palestra em São Paulo: “Não carregue a bateria do seu smartphone perto da cama. Você poder ter a tentação de ligá-lo e isso vai perturbar seu sono.”