Rio Madeira (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2014 às 07h26.
Após dois meses e meio parada, a Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no Rio Madeira, voltou a funcionar no domingo. Segundo a empresa que detém a concessão da usina, neste momento nove turbinas estão em operação, produzindo 640 megawatts (MW) de energia. A retomada é uma boa notícia para o setor elétrico, que vive situação crítica com a baixa no nível dos reservatórios.
A hidrelétrica, de 3.150 MW de potência, parou de funcionar em 17 de fevereiro por causa da cheia histórica que atingiu o Rio Madeira, em Rondônia. Na ocasião, a usina de Jirau pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à Agência Nacional da Água (ANA) que Santo Antônio abrisse suas comportas para evitar acidentes em sua ensecadeira - estrutura provisória que protege as turbinas enquanto se executa uma obra no local.
A paralisação também teve o objetivo de evitar que as comunidades ribeirinhas sofressem ainda mais com as enchentes, assim como a população de Porto Velho. A cheia trouxe caos para a região e também renovou a rivalidade entre os donos das hidrelétricas do complexo do Madeira (Santo Antônio e Jirau). Durante a cheia, a Energia Sustentável do Brasil (ESBR), que detém a concessão de Jirau, atribuiu parte dos estragos na região - especialmente nas cidades de Jaci-Paraná e Porto Velho - à operação da Santo Antônio Energia (SAE).
A empresa, por sua vez, afirmou que o rebaixamento do reservatório de sua usina foi determinado pelo ONS "para evitar que as estruturas provisórias de Jirau - como suas ensecadeiras - fossem afetadas, já que não foram dimensionadas para uma cheia como a que está acontecendo no Rio Madeira".
Agora, com o nível da represa baixando, Santo Antônio pode voltar a operar com segurança. Há ainda 17 turbinas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que entrarão em operação no decorrer do mês de maio, conforme programação estabelecida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), afirma a Santo Antônio Energia. A energia produzida pela usina ajudará a economizar energia nos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.
Armazenamento
De acordo com o ONS, as represas da região estavam com 38,17% de armazenamento no domingo. Pelos relatórios do órgão, a previsão é iniciar maio com o nível dos reservatórios em 39%. Esse volume, porém, deve recuar para 38,3% no fim do mês que vem. Há quem acredite que nas próximas semanas o preço do mercado à vista, hoje em R$ 822 o MWh, possa recuar um pouco. Isso não significa, no entanto, que a situação do setor é confortável. Previsões do mercado mostram que as represas vão chegar em novembro com 13% da capacidade, elevando o risco para 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.