Recep Tayyip Erdogan: mensagem inclui um vídeo de Erdogan e se apresenta como um respaldo ao líder (Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de março de 2017 às 10h29.
Istambul - Dezenas de contas na rede social Twitter de corporações internacionais, desde meios de comunicação a organizações humanitárias, foram alvo de hackers nesta quarta-feira durante horas e alteradas com mensagens a favor do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, informa o jornal "Hürriyet".
Entre as instituições afetadas estão Unicef, Anistia Internacional, determinadas contas de veículos de imprensa como "BBC", Reuters, Forbes, Russia Today em espanhol, o jornal alemão Die Welt e o clube de futebol Borussia Dortmund, precisa o jornal.
While you were sleeping, a message with a swastika took over Twitter - The Boston Globe https://t.co/zVe3AlxL38
— New Jokes share (@NewJokesshare) March 15, 2017
Earlier this morning our Twitter account was hacked. We've now deleted the hacked tweet and investigating what happened. Apologies & thanks
— Amnesty International (@amnesty) March 15, 2017
As mensagens incluem os termos "Alemanha nazista" e "Holanda nazista" e a frase: "Esta é uma pequena bofetada otomana. Nos veremos em 16 de abril. Que disse? Aprende turco".
A data se refere ao dia do referendo constitucional no qual os turcos votarão se entregam todo o poder executivo ao presidente, atualmente Erdogan.
Trata-se de uma reforma que causou polêmica na Turquia e enormes tensões com vários países europeus, entre eles Holanda e Alemanha, que impediram a realização em seu território comícios de ministros turcos.
A mensagem inclui um vídeo de Erdogan e se apresenta como um respaldo ao líder em seu enfrentamento com os governos e meios de comunicação europeus.
Na segunda-feira aconteceu um incidente similar nos Países Baixos, onde hackers, supostamente turcos, invadiram várias páginas web, entre elas a do Museu da Guerra holandês e de uma organização de voluntários cristãos, substituindo seu conteúdo com mensagens a favor de Erdogan.
Naquele caso, os hackers assinavam sua ação com a frase "Somos otomanos, somos Turquia, somos 'akinci'", em referência a um tipo de cavaleiros otomanos famosos, um nome usado também por um facção terrorista turca de ideologia islamita ultranacionalista.