Tecnologia

Hackers querem ensinar governo a abrir dados na internet

Manual lançado por comunidade de hackers e comitê tentam explicar ao governo como disponibilizar suas informações na internet em prol da transparência

Liberação de dados estimularia transparência e daria mais eficiência aos serviços públicos, dizem hackers (AFP)

Liberação de dados estimularia transparência e daria mais eficiência aos serviços públicos, dizem hackers (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2011 às 07h41.

São Paulo - Na semana em que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, anunciou que a Polícia Federal está prestes a divulgar suas conclusões sobre a invasão aos sites de governo ocorrida há duas semanas, um grupo de hackers organizados lançou um manual que contraria a lógica de segurança e ensina os governos a abrirem seus dados na internet.

A comunidade Transparência Hacker, em parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil e o W3C (consórcio de empresas que trabalham na padronização de dados na internet) estimula instâncias governamentais, por meio do Manual dos dados abertos: governo, a disponibilizar suas informações na rede.

A ideia do documento, destacada logo na introdução, “é explicar como aproveitar o potencial de informações oficiais para permitir a existência de novos serviços de informação, melhorando a vida dos cidadãos e fazendo com que governo e sociedade trabalhem juntos e melhor”.

As sugestões dos hackers são similares a itens previstos pela Lei de Acesso à Informação, travada há anos no Congresso, mas não diz respeito a dados sigilosos, e sim a uma espécie de “lado B” da lei, que trata da divulgação e padronização de dados que deveriam ser públicos, mas não são.

Segundo os hackers, os governos podem criar valores a partir da liberação de dados, porque isso estimularia transparência, controle democrático, participação popular, melhores produtos e serviços privados e mais eficiência de serviços públicos.

Um dos objetivos do manual é mostrar aos governos que a sociedade pode desenvolver ferramentas de internet úteis para o cotidiano das pessoas.

No mês passado, o grupo Lulz Security Brazil invadiu os sites da Presidência da República, da Receita Federal e do Portal Brasil e outros órgãos públicos. Chegaram a publicar supostos dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. O motivo seria um protesto contra a corrupção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:gestao-de-negociosGovernoHackersTransparência

Mais de Tecnologia

Sul-coreanas LG e Samsung ampliam investimentos em OLED para conter avanço chinês

Jato civil ultrapassa barreira do som pela 1ª vez na história

EUA entra para lista de "países sensíveis" da divisão de mapas do Google

Alibaba aposta em IA e diz que supera ChatGPT e DeepSeek