Chanceler alemã, Angela Merkel: porta-voz de Merkel lembrou que "qualquer um na Alemanha pode abrir um processo criminal" e recusou-se a comentar o caso (Fabrizio Bensch/Files/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 16h59.
Berlim - Um grupo de hackers e defensores dos direitos humanos anunciaram nesta segunda-feira que abriram um processo contra o governo alemão por supostamente ter violado a lei ao ajudar espiões estrangeiros.
O Chaos Computer Club e a Liga Internacional pelos Direitos Humanos apresentaram uma queixa criminal à promotoria federal afirmando que a chanceler Angela Merkel, seu governo e autoridades da área de segurança toleraram e até mesmo ajudaram membros da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, pela sigla em inglês) e o britânico Quartel General de Comunicação do Governo (GCHQ, na sigla em inglês) a espionar cidadãos alemães.
Os grupos citam documentos divulgados por pelo ex-analista da NSA, Edward Snowden, como evidência de que e-mails, mensagens trocadas em redes sociais e ligações telefônicas de cidadãos comuns são analisados além do que permite a lei alemã.
"Com esta queixa criminal, esperamos finalmente iniciar as investigações da Procuradoria Geral Federal contra o governo alemão", diz o Chaos Computer Club em comunicado. O grupo se auto intitula a maior associação europeia de hackers e frequentemente faz campanha por maiores direitos de privacidade, além de expor falhas em sistemas de segurança eletrônica.
A procuradoria federal estuda há meses a hipótese de abrir uma investigação sobre a supostas atividades da NSA. Agora, eles também terão de estudar se abrirão uma investigação com base na nova queixa criminal.
Embora o governo alemão tenha expressado desconfiança sobre algumas das acusações e tente negociar um acordo de "não espionagem" com os Estados Unidos, a oposição no Legislativo acusa o governo Merkel de não pressionar suficientemente Washington por temer prejudicar as relações diplomáticas e a cooperação na área de inteligência com o país.
O porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, lembrou que "qualquer um na Alemanha pode abrir um processo criminal" e recusou-se a comentar o caso. Fonte: Associated Press.