espaco (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2014 às 18h02.
Uma unidade do Exército chinês lançou uma campanha para interceptar as comunicações de satélites ocidentais e se apropriar de segredos da indústria espacial, afirmou nesta terça-feira uma empresa de segurança dos Estados Unidos.
Essa ofensiva ocorreu após o indiciamento de cinco militares chineses por Washington, acusados de "pirataria informática" e "espionagem econômica", de acordo com a CrowdStrike.
Esta unidade militar, com sede em Xangai (leste da China), representa um "grupo inimigo" que opera desde 2007 por meio do envio de e-mails para contas Microsoft Outlook, do programa Adobe Reader e outros, com um endereço aparentemente inofensivo, como por exemplo mike.johnson_mj@yahoo.com.
As mensagens contêm falsos convites, que, quando clicados, permitem aos hackers acesso ao conteúdo do computador do destinatário.
Um e-mail enviado para o centro espacial de Toulouse, sudoeste da França, anunciava um curso de yoga "segundo um método universal para conhecer melhor a si mesmo (...) o universo e os deuses, como Sócrates aconselhava!".
Para os militares chineses, trata-se de "obter segredos econômicos ou patentes relacionadas com tecnologias do setor de defesa", a fim de "monitorar o espaço, detectar e interceptar comunicações por satélite".
A CrowdStrike conseguiu, a partir desses falsos endereços de e-mail, acessar o blog de um homem de 35 anos chamado Chen Ping, que diz trabalhar para "o Exército/Polícia" e que publicou em seu blog fotografias, aparentemente suas, em que aparece participando de exercícios militares ou comemorando alegremente um aniversário.
A empresa relacionou suas atividades com a unidade chinesa 61486, localizada em um prédio no noroeste de Xangai. A unidade 61398 é acusada pela empresa de segurança Mandiant de empregar milhares de funcionários para roubar segredos de países estrangeiros.
Um tribunal americano indiciou em maio cinco oficiais da unidade 61398 por terem roubado segredos econômicos de empresas americanas especializadas em energia nuclear ou solar e metalurgia entre 2006 e 2014.
Na ocasião, a China convocou o embaixador americano e acusou Washington de "hipocrisia", já que as acusações dos Estados Unidos foram feitas depois do escândalo provocado pelo ex-consultor da agência de inteligência nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, que revelou a extensão de um programa de espionagem mundial do governo americano.