O FBI foi chamado para investigar as invasões (Mandel Ngan/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 11h55.
Washington - Hackers trabalhando na China invadiram sistemas de computação de cinco multinacionais de petróleo e gás natural para roubar planos de lances em concorrências e outras informações sigilosas, afirma a produtora de software de segurança de computadores McAfee, em relatório.
O estudo, que dá aos ataques o nome Night Dragon, não informa quais foram as cinco empresas atacadas, mas afirma que outras sete também tiveram seus sistemas invadidos.
"Isso... é prova do estado precário de nossa infraestrutura essencial de segurança. Não estamos falando de ataques sofisticados... mas ainda assim eles foram capazes de atingir seus objetivos", disse Dmitri Alperovitch, vice-presidente de pesquisa de ameaças da McAfee.
Os hackers invadiram os computadores de uma entre duas maneiras: ou através dos sites públicos das empresas ou por meio de emails infectados enviados a executivos das companhias.
Durante os últimos dois anos, e talvez por até quatro anos, os hackers tiveram acesso a redes de computadores e concentraram suas atenções em documentos financeiros relacionados à exploração de campos de petróleo e gás natural, e a lances para a conquista de contratos, afirmou Alperovitch. Eles também copiaram processos industriais exclusivos.
"São informações tremendamente delicadas e que valeriam muito dinheiro para um concorrente", disse Alperovitch.
A origem das invasões foi rastreada como tendo ocorrido na China, por meio de uma companhia na província de Shandong de locação de servidores. O software usado pelos hackers, aparece, segundo o relatório, instalado nas máquinas da empresa. A operação também envolveu endereços IP de Pequim e atividades realizadas entre 9h e 17h, horário de Pequim.
O relatório da McAfee não identifica os responsáveis pelos ataques.
"Não temos provas de que o governo chinês tenha patrocinado essas invasões de qualquer que seja o modo", disse Alperovitch.
A empresa transferiu os dados obtidos ao Serviço Federal de Investigações (FBI) norte-americano, que não respondeu a um pedido de comentários.
"Estamos cientes sobre este tipo de ameaça, mas não podemos comentar especificamente sobre o relatório Night Dragon", disse a porta-voz do FBI, Jenny Shearer.