Elon Musk vs. Apple: a nova disputa do bilionário é contra a fabricante do iPhone (Dimitrios Kambouris/Getty Images)
A estreia de Elon Musk no comando do Twitter já incluiu a demissão da maioria dos funcionários, mudanças em recursos importantes e a volta de contas banidas. Agora ele embarca no que pode ser sua aposta mais arriscada: uma guerra à Apple.
O bilionário atacou a fabricante do iPhone com uma enxurrada de posts na segunda-feira, dizendo que a empresa cortou sua publicidade no Twitter e ameaçou tirar a rede social da loja de aplicativos.
Ele perguntou se a Apple odiava a liberdade de expressão, criticou suas tarifas para aplicativos e até ponderou se a gigante de tecnologia poderia ir atrás de outra de suas empresas, a Tesla.
Ao comprar briga com a Apple, Musk desafia uma empresa que é vital para o sustento do Twitter. A Apple era um dos principais anunciantes da rede social, que tinha uma equipe dedicada a manter o relacionamento, segundo pessoas a par do assunto. Os gastos com anúncios ficavam bem acima de US$ 100 milhões por ano, disse uma das pessoas.
“Elon Musk agora representa risco, e a Apple não vai correr esse risco”, disse Lou Paskalis, executivo sênior de marketing e mídia que já ajudou a chefiar a área de publicidade do Bank of America.
A Apple também opera um portal essencial para os usuários do Twitter: a App Store. Se a empresa de Musk perder o acesso, ela será cortada de mais de 1,5 bilhão de dispositivos em todo o mundo.
Mas o bilionário também tem poder de fogo. Ao retratar suas rixa como uma luta pela liberdade de expressão, ele pode energizar seus milhões de fãs. E seu desdém pelas tarifas da plataforma de aplicativos da Apple é compartilhado por desenvolvedores de software, legisladores e reguladores em todo o mundo, dando a ele uma possível vantagem.
A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Alguns usuários do Twitter disseram na segunda-feira que continuam vendo anúncios da Apple em seus feeds, mas uma pessoa familiarizada com o assunto confirmou que a empresa reduziu os anúncios.
A Apple historicamente contou muito com o Twitter porque não faz propaganda no Facebook, de acordo com uma das pessoas com conhecimento de sua estratégia.
A Apple se junta a várias grandes empresas na redução de seus anúncios no Twitter desde que Musk adquiriu a empresa por US$ 44 bilhões no mês passado.
O êxodo incluiu General Mills e Pfizer, e Musk já reconheceu que as deserções levaram a uma “queda maciça” na receita.