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Greenpeace denuncia presença de toxinas em roupas chinesas

Greenpeace denunciou que as roupas infantis de dois dos principais fabricantes têxteis chineses contêm altas doses de hormônios e químicos tóxicos

china (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 10h27.

A organização Greenpeace denunciou nesta terça-feira (17) que as roupas infantis de dois dos principais fabricantes têxteis chineses, vendidas tanto no país asiático como no mercado internacional, contêm altas doses de hormônios e químicos tóxicos para o sistema reprodutivo.

Segundo relatório divulgado nesta terça-feira pela delegação do Greenpeace no Leste da Ásia, os produtos são enviados para o interior do país, ao Oriente Médio, África, Europa e América do Norte, além do sudeste do continente asiático.

A organização pede ao governo chinês que proíba a utilização dos produtos e denuncia dois complexos fabris em particular, que produzem cerca de 40% de todas as roupas de crianças fabricadas no gigante asiático.

"Nosso estudo envia um sinal de alerta aos pais de mais de 200 milhões de crianças chineses e estrangeiros", diz no relatório Lee Chih An, diretora da Campanha de Tóxicos do escritório do Greenpeace no Leste da Ásia.

Para realizar a investigação, o Greenpeace comprou 85 roupas infantis entre junho e outubro deste ano, todas feitas em uma fábrica da cidade de Zhili (na província oriental de Zhejiang) e em outra da cidade de Shishi (Fujian).

Posteriormente, as peças foram enviadas a laboratórios independentes, que revelaram que mais da metade delas continham o hormônio NPE, enquanto nove de cada dez deram positivo em antimônio, e pelo menos dois registraram elevadas doses de ftalatos, todas as substâncias conhecidas por sua toxicidade para o sistema reprodutivo, explica o Greenpeace.

A indústria da roupa infantil chinesa é altamente rentável, com lucros anuais de aproximadamente 1 trilhão de iuanes (US$ 165 bilhões) e um crescimento de 30% ao ano, o que a transforma em um dos setores de maior expansão da segunda economia mundial.

"Não há regulação no controle do uso dos componentes nas roupa de crianças", critica Lee.

Além disso, o estudo denuncia que os legisladores levam anos elaborando minutas a respeito, mas que nunca saem do papel: "Ainda não temos ideia de quando uma lei será promulgada", acrescenta.

Apesar da China ter se consolidado como a maior fabricante de têxteis e químicos do mundo, as normas do setor apenas começaram a ser definidas, diz o relatório.

"Com um novo bebê nascendo na China a cada dois segundos, o país não pode permitir uma situação que coloque em risco a saúde dos menores", opina a especialista.

"Só estabelecendo uma política de gestão e controle sobre o uso de químicos rigorosa a China poderá realmente proteger suas crianças", afirma Lee.

O relatório fala apenas das duas fábricas citadas e não aponta nenhuma marca de roupa específica da China ou de qualquer outro país do mundo que forneça tecidos supostamente nocivos à saúde.

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