Tecnologia

Governo chinês quer controlar acesso à internet por Wi-Fi

Locais que oferecerem o serviço terão que instalar um software que vai identificar o usuário e os sites vistados

Homem navega na internet em Xangai: governo quer controlar mais o acesso ( Philippe Lopez/AFP)

Homem navega na internet em Xangai: governo quer controlar mais o acesso ( Philippe Lopez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2011 às 18h55.

Pequim - O governo chinês ordenou que estabelecimentos públicos que oferecem acesso à internet por wi-fi instalem um software que permite à polícia identificar os usuários do serviço, informou a imprensa estatal nesta quinta-feira.

O software, que também oferece à polícia uma lista dos sites visitados pelos usuários, custa entre 3,1 mil e 9,3 mil dólares. Por conta disso, estabelecimentos como bares, restaurantes, cafés e livrarias decidiram suspender o serviço de acesso à internet, apesar de sua popularidade.

Em Pequim, donos de cafés e restaurantes foram informados de que serão multados se continuarem a oferecer o serviço de wi-fi sem o software instalado. "Em casos mais sérios", eles terão a internet cortada por até seis meses.

Donos de cafés em Xangai e Hangzhou entrevistados pelo jornal oficial China Daily disseram que também foram notificados sobre a nova medida do governo. O software foi criado para fiscalizar "atividades ilícitas", segundo o jornal.

"É um requerimento dos órgãos de segurança pública. Por que temos que pagar por isso?", questionou o gerente do UBC Coffee, em Pequim. "Por motivos que todos conhecem, estamos suspendendo temporariamente nosso serviço de wi-fi", anunciou a livraria Kubrick, também na capital.

A reportagem do China Daily levanta questões sobre a ligação entre a polícia e a fabricante de softwares Rainsoft, fundada em 1998, que colabora com os órgãos de segurança pública em várias províncias chinesas.

A China tem o maior número de usuários de internet no mundo, ou 485 milhões. O governo chinês tenta constantemente controlar as atividades na web, bloqueando o acesso ao conteúdo considerado "sensível" politicamente.

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