Tecnologia

Google vai fabricar seu próprio computador quântico

O computador quântico é o Santo Graal da ciência da computação, capaz de resolver problemas que custariam milhões de anos a um processador convencional

Representação de processador quântico: até agora, Google trabalhava com máquinas da D-Wave (Foto/Wikimedia Commons)

Representação de processador quântico: até agora, Google trabalhava com máquinas da D-Wave (Foto/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 20h33.

São Paulo - O Google iniciou uma nova etapa no desenvolvimento do primeiro computador quântico da empresa – uma máquina excepcional, o Santo Graal da ciência da computação, capaz de resolver problemas que custariam milhões de anos a um processador convencional.

A grande novidade é que o pesquisador John Martinis, professor da Universidade da Califórnia e uma das maiores autoridades no campo, passa a fazer parte da equipe.

A participação de Martinis garante uma credibilidade acadêmica extra ao projeto, que já foi alvo de críticas da comunidade científica por sua inconsistência diante de testes mais rigorosos.

Até agora, o Google trabalhava com as máquinas desenvolvidas pela D-Wave.

O problema é que, de acordo com um artigo publicado na Science, coescrito por Martinis, a tecnologia da empresa canadense não se aproveita das velocidades proporcionadas pelas delicadas leis da física quântica, tratando-se, na verdade, de uma máquina convencional – ainda que um tanto bizarra em sua arquitetura.

Agora, a gigante das buscas vai desenvolver seu próprio hardware, aproveitando-se dos avanços feitos por Martinis em seu laboratório.

A maior vantagem da tecnologia do professor está em sua capacidade de manipular os qubits, unidades básicas de um computador quântico.

De acordo com a Technology Review, ele foi capaz de utilizar 5 qubits com baixas taxas de erro.

Agora, o desafio é escalar esse modelo para dezenas de milhares de qubits, necessários para que uma máquina desse tipo seja útil rodando algoritmos complexos.

O computador de Martinis extrai esses qubits de circuitos de alumínio, construídos sobre uma base de safira e resfriados a uma temperatura de quase zero absoluto.

Já as máquinas da D-Wave têm circuitos de nióbio sobre bases de silício – material que Martinis pretende utilizar e aprimorar, já que ele acredita que alguns isolantes utilizados pela empresa canadense possam limitar seu desempenho.

Leia na íntegra o anúncio do diretor de engenharia da divisão de computação quântica do Google:

"O time de Inteligência Artificial Quântica do Google está lançando uma iniciativa de hardware para desenhar e construir novos processadores de informação quântica baseados em eletrônicos supercondutores.

Estamos felizes em anunciar que John Martinis e sua equipe da UC Santa Barbara se juntarão ao Google nesse projeto.

John e seu grupo fizeram grandes avanços construindo componentes eletrônicos quânticos supercondutores de alta fidelidade.

Ele foi premiado recentemente com o London Prize, um reconhecimento por seus avanços pioneiros no controle quântico e no processamento quântico de informação.

Com um grupo de hardware integrado, nossa equipe de Inteligência Artificial Quântica será capaz de implementar e testar novos desesenhos de otimização quântica baseados em inovações teóricas, assim como em nosso aprendizado com a arquitetura da D-Wave.

Continuaremos colaborando com os cientistas da D-Wave e experimentar com a máquina "Vesuvius" na Nasa, que será atualizada com um novo processador "Washington" de 1000 qubit."

Acompanhe tudo sobre:ComputadoresEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleINFOTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble