Tecnologia

Google tem monopólio ilegal em anúncios, decide juíza federal dos EUA

Juíza conclui que Google abusou de seu domínio no mercado de publicidade digital, abrindo caminho para medidas antitruste

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 17 de abril de 2025 às 12h37.

Última atualização em 17 de abril de 2025 às 12h44.

Uma juíza federal dos Estados Unidos declarou que o Google (GOOGL) possui um monopólio de tecnologia de anúncios online.

Segundo Leonie Brinkema, da Corte Distrital do Leste da Virgínia, a empresa controlada pela Alphabet violou a lei antitruste ao dominar de forma ilícita dois segmentos-chave da cadeia de tecnologia publicitária: o servidor de anúncios para editores (Google Ad Manager) e a bolsa de anúncios (Ad Exchange).

As ações da Alphabet caíram 3,2% após a decisão, enquanto as ações da empresa de tecnologia de publicidade Trade Desk subiram quase 8%.

As alegações contra o Google

O Departamento de Justiça dos EUA, responsável pela ação, argumenta que o Google utilizou estratégias tradicionais de monopólio, como a aquisição de concorrentes, o bloqueio de clientes dentro do seu ecossistema e o controle das transações publicitárias, para manter sua supremacia e impor taxas elevadas aos anunciantes e editores.

A juíza concordou que a empresa abusou de seu poder monopolista ao integrar ilegalmente os serviços de servidor e bolsa de anúncios, prejudicando a concorrência e limitando o acesso de outras empresas ao mercado.

Impactos da decisão

A decisão pode abrir caminho para o tribunal impor medidas drásticas, incluindo a possibilidade de obrigar o Google a vender partes de seu negócio de tecnologia publicitária, como o Google Ad Manager, que engloba o servidor de anúncios e a plataforma de leilão de anúncios AdX.

O veredito ocorre em um momento em que o Google enfrenta múltiplos desafios legais nos Estados Unidos. Além do caso relacionado à tecnologia de anúncios, outro processo antitruste em andamento discute a dominância da empresa no mercado de buscas online, com um julgamento previsto para abril de 2025 em Washington, que poderá resultar na venda do navegador Chrome ou em outras mudanças significativas nas práticas comerciais da companhia.

A importância dessa decisão reside no impacto potencial sobre o mercado global de publicidade digital, avaliado em trilhões de dólares, e sobre a forma como consumidores e anunciantes interagem com a internet.

Ao restringir o poder do Google, o governo dos EUA busca promover uma concorrência mais justa e evitar que uma única empresa controle os principais canais de publicidade online, o que pode influenciar preços, inovação e diversidade de opções no setor.

Resposta do Google e futuro das práticas comerciais

Em resposta, o Google afirmou que o caso se baseia em práticas antigas e que a empresa continua a desenvolver ferramentas para integrar seus serviços com os de concorrentes.

A companhia também destacou a concorrência crescente de outros gigantes tecnológicos, como Amazon e Comcast, especialmente no segmento de publicidade em aplicativos e vídeos por streaming, áreas que vêm ganhando relevância no mercado digital.

Acompanhe tudo sobre:GoogleTecnologiaAnúncios publicitáriosJustiçaEstados Unidos (EUA)Alphabet

Mais de Tecnologia

Como baixar suas conversas no ChatGPT: passo a passo para exportar dados de forma simples

Instagram e WhatsApp ficaram melhores depois de comprados pelo Facebook, diz Zuckerberg

Instagram inicia testes de localização em tempo real dos usuários; entenda como funciona

Como os robôs estão ajudando as empresas a se protegerem na guerra das tarifas