O site de buscas Google foi a página mais visitada da internet nos Estados Unidos em 2011, seguido pela rede social Facebook e pelo buscador Yahoo! (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 19h01.
São Paulo - A Google Inc. ameaça excluir jornais e sites franceses de seu mecanismo de busca na internet, caso a França aprove um projeto de lei que obrigaria os sistemas a pagarem pelo direito de citar reportagens. A ameaça está em um documento enviado pela empresa a ministros do governo francês, que a própria empresa disponibilizou nesta quinta-feira.
O projeto, apelidado na França de "lei Google", é defendido pelos jornais franceses como um meio de defender seus negócios, que vêm sendo afetados por uma lenta migração dos anunciantes da mídia impressa para a eletrônica; essa tendência foi exacerbada na França pelos cortes de verba publicitária das empresas, por causa da crise econômica. Uma proposta semelhante está em debate na Alemanha. A ministra de Tecnologia da França, Fleur Pellerin, disse em entrevista ao jornal Le Figaro que o governo está estudando a proposta.
"A Europa ficará mais forte se nos movermos de modo unificado em torno dessa ideia", afirmou a ministra. Pellerin estava na Alemanha nesta quinta-feira para discutir a proposta com o governo alemão. Em seu documento, a Google diz considerar que a lei proposta na França e na Alemanha seria muito prejudicial para a internet. "Temos dito isso publicamente há três anos."
A empresa acrescenta que "não pode aceitar" o estabelecimento de um direito que "ameaça sua própria existência, e, como consequência, seremos forçados a não mais prover links para sites franceses". Para a Google, a nova lei seria prejudicial também aos usuários franceses da internet, a órgãos de mídia franceses e à própria promoção de conteúdo em língua francesa na internet, ao desencorajar sites de fazerem links com conteúdo francês. A empresa também diz que pretende trabalhar com jornalistas franceses para "construir um modelo viável para jornalismo na web". As informações são da Dow Jones.