Tecnologia

Google minimiza impacto da DeepSeek e reforça estratégia em IA

Sundar Pichai afirma que modelos da gigante da tecnologia são comparáveis aos da startup chinesa e destaca a otimização de custos como diferencial

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 06h45.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2025 às 06h50.

A Alphabet, controladora do Google (GOOGL), minimizou a ameaça da DeepSeek, startup chinesa que vem ganhando destaque no mercado de inteligência artificial (IA).

Durante a teleconferência de resultados na terça-feira, 4, o CEO Sundar Pichai afirmou que os modelos de IA da empresa são tão eficientes em custo quanto os da concorrente e destacou a força da infraestrutura da companhia.

A Alphabet também anunciou que pretende investir US$ 75 bilhões em despesas de capital neste ano, um valor acima das expectativas do mercado, que projetava US$ 57,9 bilhões, segundo analistas consultados pela Bloomberg. A cifra mais alta do que o esperado impactou negativamente as ações da empresa, que caíram 8% no pós-mercado.

Em resposta a perguntas sobre a DeepSeek, Pichai elogiou a equipe da startup, mas reforçou que a eficiência dos modelos era algo esperado no setor. Ele afirmou que os modelos Gemini da empresa "brilham" no chamado Pareto frontier — conceito que define um equilíbrio ótimo entre custo, desempenho e latência.

"Se você olhar para os três atributos, acho que lideramos essa fronteira", disse Pichai, citando os modelos Gemini 2.0 Flash. "Eles estão entre os mais eficientes do mercado, incluindo comparações com os modelos V3 e R1 da DeepSeek. Muito disso vem da nossa força em todo o ecossistema: desenvolvimento, otimização de ponta a ponta e nossa obsessão com o custo por consulta."

Guerra de custos e o futuro da IA

A crescente competição na área de IA tem levado as empresas a investir trilhões de dólares no desenvolvimento de modelos cada vez mais potentes e acessíveis. A DeepSeek, por exemplo, chamou atenção ao lançar um modelo de IA que rivaliza com os da OpenAI e foi treinado com custos significativamente menores.

Diante desse cenário, Pichai enfatizou que a eficiência de custos na inferência dos modelos — ou seja, a capacidade de fazer previsões e gerar respostas de forma mais barata e rápida — é um dos principais fatores que guiam a estratégia da Alphabet.

"Parte do motivo pelo qual estamos tão entusiasmados com a IA é porque sabemos que podemos criar casos de uso extraordinários, já que o custo de utilizá-la continuará diminuindo", disse o CEO. "Isso tornará mais aplicações viáveis, e esse é o grande espaço de oportunidade."

Os resultados do Google

A Alphabet registrou um aumento de 12% na receita, totalizando US$ 96,46 bilhões, e viu seu lucro operacional crescer 31%, impulsionado pela inteligência artificial (IA) e pelo fortalecimento de seus negócios principais. Apesar dos números positivos, o mercado reagiu mal: as ações da empresa caíram 7,55% no pós-mercado na terça, pressionadas por resultados abaixo das projeções em algumas áreas.

A divisão de Google Services, que inclui YouTube e anúncios no Google Search, cresceu 10%, atingindo US$ 84,1 bilhões, enquanto o Google Cloud avançou 30%, chegando a US$ 12 bilhões.

No campo regulatório, o Google segue sob pressão, com ações antitruste nos EUA e na China ameaçando sua posição dominante no mercado. Entre inovação, cortes e disputas judiciais, a empresa precisa equilibrar crescimento e estabilidade para manter sua liderança em tecnologia.

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