São Paulo - A próxima versão do Android, chamada por ora de “L”, deve chegar com um bom reforço na parte de segurança: criptografia ativa por padrão.
A medida, confirmada pelo The Washington Post (TWP), é similar a uma apresentada pela Apple nesta última quarta-feira, que deve bloquear o acesso aos dados de usuários armazenados nos smartphones mesmo por órgãos oficiais.
Disponível desde 2011 em alguns dos aparelhos com o sistema do Google, o método de criptografia mantém as chaves de proteção no aparelho do cliente.
Dessa forma, impede que qualquer pessoa (mesmo que seja a empresa) que não tenha a senha acesse os dados, como vídeos, fotos e informações de comunicação, guardados no dispositivo.
O problema é que, segundo especialistas em segurança ouvidos pelo TWP, eram poucos os usuários que sabiam ativar a função – algo que muito provavelmente será revertido com a medida.
No caso da Apple, a iniciativa veio com uma nova política de privacidade publicada no site da empresa.
Segundo o texto, em aparelhos rodando o iOS8, dados pessoais do usuário, “como fotos, mensagens, e-mails, contatos, histórico de chamadas, conteúdo do iTunes, notas e lembretes, ficam sob proteção de seu passcode”.
E “ao contrário dos concorrentes”, a empresa não seria capaz de burlar essa proteção e nem de ver essas informações.
Dessa forma, mesmo que um oficial da lei solicite, com um mandato, acesso a todo o conteúdo armazenado no dispositivo de um usuário, nada poderá ser feito pela empresa.
É uma forma inteligente de a companhia evitar processos e ainda manter os dados dos clientes sobre sigilo – ao menos, é claro, que um policial chegue ao próprio dono do aparelho ou peça acesso a dispositivos que rodam uma versão anterior do iOS (o iOS 6 ou o iOS 7, por exemplo).
Como o ciclo de atualização de sistema da Apple é mantido apenas pela empresa e a nova versão predominará em pouco tempo, esse segundo cenário deve ser praticamente eliminado em breve.
Mas o mesmo não dá para dizer no caso do Google, visto que a atualização que ativará a criptografia por padrão nos smartphones e tablets Android só será disponibilizada na versão L do sistema.
Como esses updates dependem das fabricantes e das operadoras – graças à famosa fragmentação do sistema operacional –, é bem provável que a proteção extra chegue a um número bem restrito de aparelhos.
De qualquer forma, apesar de limitarem o acesso aos dados guardados no aparelho do usuário, as empresas ainda terão que liberar o acesso aos próprios servidores quando solicitado por mandato.
Neles, ficam as informações armazenadas nas nuvens (iCloud e Drive, por exemplo) das respectivas companhia, como fotos e vídeos sincronizados automaticamente – algo que pode ser evitado desabilitando essas funções, no entanto.
A limitação também não significa que Google e Apple vão parar de usar os dados dos usuários para a personalização de aplicações, por exemplo.
A fabricante do iPhone deixa isso claro na política de privacidade: “nós acreditamos que o certo é contar para você o que exatamente vai acontecer com suas informações pessoais e pedir sua permissão antes de compartilhá-las conosco”, escreve a empresa.
E completa, dizendo que, caso a pessoa mude de ideia, pode facilmente interromper o envio de dados – algo que também vale para a marca concorrente, que sempre pede permissão para acessar as informações nos termos de uso.
Motivações – As razões para as mudanças na postura das duas empresas não foram informadas.
Mas é impossível não relacioná-las ao escândalo de espionagem em massa revelado por Snowden no ano passado e à Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA).
Na carta de apresentação da nova política de privacidade da Apple, Tim Cook deixa claro: “nós nunca trabalhamos com nenhuma agência governamental de país algum para criar uma backdoor em nossos produtos ou serviços”, escreveu.
“Também nunca demos acesso a nossos servidores – e nunca daremos”, completou.
Eric Schmidt, do Google, foi outro que já demonstrou descontentamento com as ações da agência de segurança dos EUA, e a empresa já vem trabalhando há algum tempo para proteger o tráfego de seus serviços – a criptografia do Gmail é um exemplo.
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1. Alô?
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1/21 (Getty Images)
São Paulo – De olho nas coisas que nos cercam no cotidiano, a ciência não ignorou o fenômeno dos smartphones. Cada vez mais presentes em nossas vidas, os gadgets também foram alvos de diversos estudos. A seguir, reunimos algumas dessas pesquisas. Vale a pena ler!
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2. Bactérias
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2/21 (Getty Images)
Mais de 7.000 diferentes tipos de bactéria foram identificados em 51 amostras recolhidas por cientistas da universidade do Oregon em dedos e smartphones. Após análises, ficou provado que 82% dos organismos presentes nas mãos dos usuários dos gadgets também estavam nas telas de seus celulares.
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3. Banheiro
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3/21 (Roslan Rahman/AFP)
Cerca de 40% dos brasileiros usam seus smartphones no... banheiro. A constatação é fruto de um levantamento realizado pelo Ibope com 4.600 pessoas. Além do banheiro, outros ambientes com alta taxa de uso de smartphones são o transporte público (58%) e o trabalho (42%).
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4. Conversas
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4/21 (Divulgação / Samsung)
Conversar sem um smartphone por perto gera um maior grau de satisfação. A constatação é de pesquisadores da universidade da Virgínia. Num experimento, eles acompanharam 100 conversas de 10 minutos entre duas pessoas. Depois, pediram a elas que comentassem suas impressões sobre os diálogos. Então, foi constatado que as conversas nas quais os participantes não pegaram em seus smartphones foram percebidas como mais satisfatórias.
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5. Na aula
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5/21 (A2 Fotografia/Gilberto Marques)
Em Israel, um estudo da universidade de Haifa com 591 alunos entre 9 e 12 anos descobriu que 94% dos estudantes usavam seus smartphones durante as aulas. Além disso, o levantamento apontou que o uso dos gadget era mais intenso justamente nas aulas em que os professores eram mais empenhados em combatê-lo.
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6. Ao volante
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6/21 (Sxc.hu)
Muita gente se arrisca a dirigir e usar o smartphone ao mesmo tempo. Pelo menos, é o que aponta um estudo da universidade do Alabama. Cerca de 35% dos 93 universitários entrevistados pela pesquisa admitiram que ficam de olho no celular mesmo quando estão ao volante.
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7. Stress
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7/21 (stock.xchng)
Entre perder a aliança e perder o smartphone, 77% dos entrevistados consideraram a primeira opção menos estressante que a segunda em um levantamento realizado pela Intel. Na pesquisa, 87% dos 2.500 participantes afirmaram que ficam mais felizes quando têm o celular nas mãos.
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8. Relaxar
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8/21 (Getty Images)
Usar o smartphone mais vezes durante o horário de trabalho pode ser uma boa forma de relaxar. A descoberta é de Sooyeol Kim, psicólogo da universidade do Kansas. Num estudo com 72 pessoas que trabalham oito horas por dia, ele constatou que aqueles que usavam seus gadgets mais vezes durante o dia terminavam suas jornadas mais satisfeitos.
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9. Sono
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9/21 (Lucy LambriexCollection:Flickr)
Um levantamento realizado pela universidade do Michigan mostrou que usar o smartphone após as 21h compromete o desempenho das pessoas no trabalho no dia seguinte. Para o estudo, 82 executivos e 161 empregados responderam a questionários sobre o tema. A luz liberada pelos gadgets afeta a produção de melatonina, substância química que faz o corpo dormir.
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10. Compras
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10/21 (Getty Images)
Cerca de mil mulheres americanas nascidas entre 1977 e 1994 que já têm filhos participaram de um estudo realizado pela Rede de Pais Meredith. No levantamento, 81% das entrevistadas afirmaram que fazer compras na internet é a principal função de seu smartphone. Além disso, 12% das participantes disseram que levam o gadget até para cama.
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11. Bebês
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11/21 (Getty Images)
Sessenta e cinco famílias participaram de um estudo realizado pelo Centro Médico da Criança Cohen. Durante a pesquisa, 60% dos pais afirmaram que usar smartphone e outros gadgets representava um benefício educativo para seus filhos (que tinham, em média, 11 meses de idade). Entretanto, testes realizados pelos cientistas com as crianças não apontaram grandes diferenças entre aquelas que tinham acesso ao recurso e as outras que não tinham.
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12. Dores
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12/21 (Divulgação/Getty Images)
O uso prolongado de smartphones pode provocar dores. Em um estudo da universidade de Hong Kong com 582 estudantes entre 10 e 15 anos, 161 (ou 30% do grupo) afirmaram em questionários sentirem desconfortos no pescoço, nos ombros e no pulso relacionados ao uso dos gadgets. Em outro levantamento do tipo feito com adultos, essa taxa chegou perto de 70% dos entrevistados.
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13. Vírus
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13/21 (C. Goldsmith / US CDC)
Com menos de 230 gramas, um dispositivo desenvolvido pela
universidade da Califórnia transforma smartphones em microscópios que tiram fotos. Acoplado ao gadget, o aparelho permite que coisas mil vezes mais finas que um cabelo humano sejam fotografadas - como vírus e bactérias, por exemplo.
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14. Colesterol
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14/21 (Universidade de Cornell)
Cientistas da universidade Cornell criaram um acessório que permite ao usuário monitorar seus níveis de colesterol por meio do smartphone. Batizado de smartCARD, o equipamento lembra um leitor de cartões de crédito. Ele usa a câmera do celular e um app para analisar uma gota de sangue, suor ou saliva e informar os níveis de colesterol bom e ruim no organismo.
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15. Câncer
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15/21 (Getty Images)
Uma agulha de 0,7 milímetros de diâmetro, um pequeno aparelho de ressonância e um smartphone compõem um aparelho criado para detecção dê câncer por médicos do Hospital Geral de Massachussets. Em testes realizado com pacientes, o equipamento identificou com sucesso 44 casos da doença num grupo de 50 pacientes com tumores.
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16. Brasil
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16/21 (Getty Images)
Três em cada dez brasileiros têm um smartphone - segundo a Nielsen. Em pesquisa sobre o tema, a empresa verificou que 41% dos donos desse tipo de gadget no país têm entre entre 16 e 24 anos. E que 24% das pessoas pensam no sistema operacional na hora de escolher um smartphone.
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17. Apps
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17/21 (Getty Images)
Facebook (65%), Google (33%), Gmail e Hotmail (empatados com 23%) e YouTube (21%) são os apps mais usados pelos brasileiros. O dado é de uma pesquisa realizada pelo Ibope. Entretanto, no mesmo levantamento, 92% dos entrevistados afirmou que fazer ligações ainda é a tarefa mais realizada em seus smartphones.
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18. Bom dia
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18/21 (Getty Images/Getty Images)
Quatro entre cada cinco americanos entre 18 e 44 anos checa o smartphone até 15 minutos após acordar. A descoberta foi feita pelo IDC após um estudo realizado com 7 mil pessoas. Segundo o IDC, 222,4 milhões de smartphones devem estar em operação só nos Estados Unidos até 2017.
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19. Tempo
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19/21 (Stock Exchange)
A CEA (Associação de Eletrônica de Consumo, em inglês) encomendou um estudo para saber como os americanos gastavam seu tempo nos smartphones. Com mais de 1.000 pessoas entrevistadas, a pesquisa indicou que, da média diária de 114 minutos gastos com o gadget, 23 eram dedicados a ligações, 20 mensagens de texto, 18 a e-mails, 16 a sites e 11 a redes sociais.
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20. Telona
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20/21 (Divulgação)
Cerca de 130 universitários foram submetidos a um teste na
universidade da Pensilvânia. No experimento, eles precisavam visitar um site por meio de smartphones de 3,7 e 5,3 polegadas e, depois, responder um questionário. De acordo com os cientistas, aqueles que usaram o gadget maior se mostraram mais satisfeitos com a experiência do que aqueles que usaram o celular menor.
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21. Agora, que tal saber quais são os apps preferidos dos usuários?
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21/21 (PlaceIt/Reprodução EXAME.com)