Tela do Google: anúncio é o mais novo episódio dos esforços de Ancara para bloquear o acesso de seus cidadãos às redes sociais e a alguns gigantes da internet (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 15h23.
Washington - A Google afirmou que a Turquia interceptou um sistema de domínios de internet com o objetivo de redirecionar os usuários a outros sites, no último esforço de Ancara para impedir o acesso de seus cidadãos às redes sociais e à gigante da internet.
A companhia recebeu "vários relatórios fidedignos e confirmou com (sua) própria investigação que o serviço de Sistema de Nomes de Domínio (DNS) do Google foi interceptado pela maioria dos provedores de acesso à internet (IPS) da Turquia", escreveu neste fim de semana no blog de segurança do Google um de seus engenheiros, Steven Carstensen.
O servidor DNS "diz ao seu computador o endereço de um servidor que ele busca, da mesma maneira que uma pessoa pode buscar um número de telefone na lista telefônica", explicou.
"Imagine que alguém tivesse trocado a sua lista telefônica com outra, que se parece muito com a anterior, com exceção dos nomes de algumas pessoas, que aparecem ao lado de números telefônicos falsos", acrescentou.
"Isso é basicamente o que aconteceu: os provedores de serviços da internet da Turquia criaram servidores que mascararam o serviço DNS do Google", acrescentou o especialista.
O anúncio do Google é o mais novo episódio dos esforços de Ancara para bloquear o acesso de seus cidadãos às redes sociais e a alguns gigantes da internet.
Uma semana depois de bloquear o acesso à rede social Twitter, o governo turco impediu na quinta-feira o acesso à plataforma YouTube (propriedade do Google), após a difusão na internet da gravação de uma reunião confidencial que evocava uma intervenção militar turca na Síria.
Especialistas em direitos humanos da ONU condenaram o bloqueio destas redes sociais. "O direito à liberdade de opinião e de expressão constitui um pilar fundamental das sociedades democráticas modernas. Bloquear o acesso ao YouTube e ao Twitter limita exclusivamente este direito fundamental", declarou na sexta-feira o especialista da ONU sobre estes temas, Frank La Rue.