Sem apps grátis: sistema Android continuará gratuito e de código-aberto, mas fabricantes terão que pagar pelos aplicativos do Google (Flickr/Blogtrepreneur/Reprodução)
Gustavo Gusmão
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 19h30.
Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 19h30.
O Google começará a cobrar uma taxa das fabricantes de smartphones por sua suíte de aplicativos, que inicialmente vinha incluída com o Android. A mudança é um efeito da multa bilionária aplicada em julho pela União Europeia na empresa.
Segundo a decisão do bloco econômico, a companhia violou leis antitruste ao exigir que seus apps, como Gmail e Google Drive, fossem pré-instalados em smartphones que rodassem o sistema. Os programas eram gratuitos para as marcas, mas era só instalando a suíte completa que elas podiam incluir a loja Google Play em seus aparelhos.
O início da cobrança era uma consequência esperada. Afinal, a UE basicamente proibiu o Google de seguir com o modelo de negócios que ainda hoje segue ao redor do mundo: a empresa não lucra com os apps, mas sim com a publicidade e com o uso deles pelos clientes, e por isso os oferece — ou oferecia, no caso da Europa — gratuitamente às empresas. Foi preciso, portanto, adaptar para começar a ganhar dinheiro em outra ponta.
A mudança deve afetar somente aparelhos vendidos na União Europeia, que podem ter uma leve mudança no preço caso as empresas repassem o custo extra ao consumidor. A cobrança começa a valer no dia 29 de outubro deste ano e não vai atingir diretamente o Android, que continua gratuito e de código-aberto. Ou seja, as empresas que quiserem usar o sistema em seus aparelhos, sem os apps do Google, poderão fazê-lo sem problemas.