O Google anunciou nesta quarta-feira (25/10) mudanças técnicas no seu site de relacionamentos, o Orkut. O site terá uma nova ferramenta para os usuários e mudanças internas para ajudar a controlar a divulgação de conteúdo impróprio.

Para os usuários, o Orkut passará a oferecer a possibilidade de comunidades com mais de um moderador. Dentre as mudanças técnicas já implantadas nos últimos meses estão novas tecnologias para proteger usuários de maneira mais efetiva contra programas que roubam informações pessoais. Também foram desenvolvidos sistemas para identificar e bloquear conteúdos de texto e imagens ofensivas. "Queremos que os usuários construam comunidades positivas", afirma a gerente do produto Orkut, Divya Shah.

O Google espera controlar melhor o conteúdo do site de relacionamentos com o auxílio de denúncias enviadas pelos próprios usuários. Para que isso se torne efetivo, foi lançada a campanha "Mantenha o Orkut bonito". Mais informações já podem ser encontradas em um link disponível na página inicial do site, como dicas para usuários sobre padrões de comportamento nas comunidades e links para entidades que promovem a segurança na internet.

De acordo com o engenheiro sênior da Google e porta-voz da empresa no Brasil, Luiz Barroso, a empresa melhorou as ferramentas de classificação de denúncias enviados por usuários sobre abusos. "Aumentamos a equipe de análise de dados 14 vezes para que esses relatos sejam processados com maior velocidade", diz Barroso. O Orkut já conta também com equipes nos países onde é mais popular, como o Brasil, e dispõe o serviço em português.

O engenheiro afirma ainda que o Google pretende implantar em breve uma ferramenta que permitirá que as autoridades governamentais de outros países tenham contato direto com a sede, na Califórnia (Estados Unidos) para indicar alta prioridade em determinados conteúdos do Orkut, para fins de análise e de tomada das medidas adequadas.

Barroso, no entanto, nega que as mudanças estejam relacionadas aos processos enfrentados pela empresa americana no Brasil. Em agosto, a Justiça Federal tinha determinado a quebra do sigilo de comunidades e perfis do Orkut para obter informações sobre usuários acusados de praticar crimes de pornografia infantil, racismo e ódio. A divisão do Google no Brasil alegou não possuir o banco de dados das comunidades virtuais do Orkut, que era de responsabilidade da sede da empresa, na Califórnia. Eles recorreram da decisão em setembro.