Tecnologia

Gigantes da Web divulgam pedidos de dados de usuários

As companhias foram autorizadas a publicar mais informações sobre como os dados de seus clientes foram obtidos pelas agências de espionagem dos EUA


	Sede do Google em Mountain View, Califórnia: o Google divulgou hoje que, em um ano, foram mais de 20 mil pedidos por parte do governo dos EUA
 (Kimihiro Hoshino/AFP)

Sede do Google em Mountain View, Califórnia: o Google divulgou hoje que, em um ano, foram mais de 20 mil pedidos por parte do governo dos EUA (Kimihiro Hoshino/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 06h04.

San Francisco - Ansiosos para recuperar a confiança de seus usuários, os gigantes da Internet divulgaram nesta segunda-feira, pela primeira vez, informações detalhadas sobre o número de pedidos secretos dos dados de usuários feitos pelo governo dos Estados Unidos.

As revelações de Google, Facebook e outras empresas do setor vieram à tona uma semana depois que as autoridades americanas concordaram em autorizar essas companhias a publicar mais informações sobre como os dados de seus clientes foram obtidos pelas agências de espionagem dos Estados Unidos em nome da luta contra o terrorismo.

Esse acordo foi fechado em meio a ações judiciais apresentadas por gigantes como Facebook, Google, LinkedIn, Microsoft e Yahoo, frente às atividades de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) reveladas pelo ex-consultor de inteligência Edward Snowden.

Pela primeira vez, o Google divulgou hoje um resumo dos números referentes a esses pedidos. Em um ano, foram mais de 20 mil.

Segundo a empresa, altos funcionários do governo americano recorreram à autoridade concedida pela Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa, na sigla em inglês) para solicitar dados sobre algo entre nove mil e dez mil contas nos primeiros seis meses de 2013, e entre 12 mil e 13 mil no semestre anterior - informa a empresa no blog institucional.

A liberação dos dados do Google ficou sujeita a um atraso de seis meses, em virtude de um acordo com o Departamento de Justiça para permitir que as companhias de Internet se mostrassem mais transparentes com seus usuários sobre o quanto de informação era fornecido em relação aos pedidos judiciais obtidos sob o guarda-chuva da Fisa.


"A divulgação desses números é um passo na direção correta e tem a ver com os princípios de reforma que anunciamos em dezembro passado junto com outras empresas", escreveu em um blog o diretor de Informação Jurídica e de Segurança em Informática do Google, Richard Salgado.

"Ainda acreditamos, porém, que é preciso mais transparência para que todo o mundo possa entender melhor como as leis de vigilância trabalham e decidam se servem, ou não, ao interesse público", completou.

Também nesta segunda, o Facebook revelou que recebeu solicitações no âmbito da Fisa de informação sobre algo entre cinco mil e seis mil contas de seu mais de 1 bilhão de membros nos primeiros seis meses do ano passado, e entre quatro mil e seis mil contas nos últimos seis meses.

Em um blog corporativo, o advogado geral da Microsoft, Brad Smith, afirmou que houve pedido de informações de 15 mil a 16 mil contas dos usuários nos primeiros seis meses do ano passado.

No caso do Yahoo, para o mesmo período, a Inteligência americana exigiu informação de 30 mil a 31 mil contas, o que corresponde a 0,01% de seus assinantes.

Na semana passada, a Apple já havia informado ter recebido pedidos de pelo menos 249 usuários no primeiro semestre de 2013. Em blog da empresa, a Apple explicou que as informações solicitadas pela NSA se concentraram no catálogo de endereços, e não no conteúdo das mensagens eletrônicas.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaEspionagemEstados Unidos (EUA)GoogleNSAPaíses ricosTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble