Hacker: A franco-holandesa Gemalto fabrica chips inteligentes para celulares, cartões bancários e passaportes biométricos (aetb/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 07h44.
Paris - A Gemalto disse nesta sexta-feira que estava investigando notícias de que espiões britânicos e norte-americanos haviam realizado ataques eletrônicos nos seus sistemas para roubar chaves de criptografia que protegem a privacidade em chips que fabrica para celulares.
Citando documentos fornecidos por Edward Snowden, a notícia disse que o ataque permitiu que agências monitorassem grande parte das comunicações de voz e dados móveis no mundo todo sem permissão de governos e companhias de telecomunicação.
As ações da Gemalto chegaram a despencar 10 por cento depois que o site de notícias Intercept deu a notícia sobre o ataque hacker feito pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) e pelo Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ), da Grã-Bretanha.
"Levamos essa publicação muito a sério e vamos dedicar todos os recursos necessários para investigar completamente e entender o escopo de técnicas tão sofisticadas", disse a companhia em comunicado.
A invasão foi detalhada em um documento secreto do GCHQ datado de 2010, segundo a Intercept.
A franco-holandesa Gemalto fabrica chips inteligentes para celulares, cartões bancários e passaportes biométricos e tem a Verizon, a AT&T e a Vodafone entre seus 450 clientes provedores de rede sem fio ao redor do mundo.
Representantes da Gemalto não quiseram fazer mais comentários nesta sexta-feira, mas uma porta-voz disse anteriormente via email que, de acordo com o descoberto até o momento, "o alvo não era a Gemalto em si - era uma tentativa de jogar a rede mais ampla possível para alcançar o maior número de celulares possível".
Um porta-voz do GCHQ disse que a agência não fará comentários sobre questões de inteligência. A NSA não pôde ser encontrada de imediato para comentar.