Imagem das ilhas Malvinas feita pela Nasa: imagens inspiraram inovação de jovem inglês (NASA/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2012 às 10h35.
São Paulo - O jovem inglês Adam Cudworth, de 19 anos, é apaixonado pelas fotografias da Nasa que exibem as curvas da Terra. Ciente de que nunca será um astronauta e que, dificilmente, viajará ao espaço em um foguete, ele resolveu inovar para conseguir fotografar o planeta a 34 mil metros de altura.
Ele pensou, desenhou e construiu um sistema para registrar fotos na fronteira da Terra com o espaço. O equipamento é muito simples: um circuito eletrônico de pouco mais de três centímetros de largura que integra um GPS, um transmissor de rádio e uma câmera digital – que sobe aos céus com a ajuda de um balão.
Em entrevista a INFO, Cudworth conta mais sobre a tecnologia. E como gastou apenas 600 reais para conseguir construí-la e realizar o seu grande sonho: ver o mundo lá de cima.
Por que você fotografa a Terra à distância?
A minha motivação é completar a tarefa de lançar e resgatar o balão e mostrar as imagens aos amigos. As poucas imagens que temos da estratosfera são divulgadas pela Nasa, por exemplo. Defini este objetivo quando soube que eu poderia desenvolver um equipamento com um baixo orçamento.
Qual foi a altura máxima que um balão conseguiu atingir?
A altitude máxima que um equipamento lançado por mim conseguiu atingir foi de 33.592 metros.
Qual o tipo de gás usado nos balões?
Eu uso o gás hélio na maioria dos projetos. Mas hidrogênio também é compatível. O problema nesse caso é que este gás é inflamável.
Alguma autoridade entrou em contato para interromper o lançamento dos balões?
Antes de iniciar qualquer atividade, pedi autorização para a agência de aviação civil do Reino Unido. Esta autorização permite que eu solte balões que atingem uma determinada altitude em dias sem fortes ventos.
Como você recupera os equipamentos?
O balão estoura naturalmente após alcançar uma determinada altura, de acordo com o tipo do material. O balão expande de acordo com a altitude e estoura quando está entre 30 quilômetros e 35 quilômetros. O equipamento então cai e conta com a ajuda de um paraquedas. Já o rastreamento é feito por meio do GPS.
Qual a maior dificuldade depois de conseguir fotografar a Terra da estratosfera?
O atual desafio é comprar componentes eletrônicos compatíveis com todos os outros aparelhos e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de energia. Além disso, ganho componentes de fornecedores e reuso os itens em bom estado de conservação.