Homem e robô: segundo o Ministério de Comércio e Indústria, espera-se que a produção da indústria robótica japonesa alcance em 2020 cerca de 2,9 trilhões de ienes
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 14h40.
Tóquio - Robôs capazes de realizar trabalhos de reabilitação, comunicação e até cuidar de cabelos foram expostos nesta quarta-feira, durante uma feira de robótica em Tóquio, que é dedicada às novidades destes dispositivos mecânicos que, apesar da crise econômica, continuam com tudo no mercado japonês.
Embora os androides com qualidades quase humanas, adiantados pela ficção científica, ainda são coisas do futuro, a Semana do Robô demonstra que estes dispositivos são cada vez mais complexos, mais precisos e capazes, muitas vezes, de chegar aonde o homem não chega.
Entre as mais de 60 empresas participantes, foram mostrados avanços como os das mãos robóticas, que de dedos mecânicos passaram a ser réplicas de mãos humanas capazes de fazer os movimentos com perfeição, agarrar objetos e apertar botões.
Entre as companhias especializadas neste tipo de tecnologia está a japonesa "THK", que recentemente colaborou com a agência espacial do Japão "JAXA" para levar uma de suas mãos robóticas ao espaço.
No chamado módulo "Kibo", um laboratório da Estação Espacial Internacional, a THK implantou um sistema de dois dedos capazes de agarrar e movimentar objetos para fazer experimentos, explicou à Agência Efe um porta-voz da companhia.
A Semana do Robô também mostra dispositivos industriais capazes de colocar peças mais rapidamente e com mais precisão. Porém, o que mais chama a atenção do público são, sem dúvida, os robôs dedicados a fazer as tarefas da vida cotidiana.
A Panasonic, por exemplo, desenvolveu um novo sistema de lavagem de cabelo para ser utilizado em salões de cabeleireiro. Se trata de uma espécie de capacete controlado por computador que joga água, sabão, massageia e, inclusive, seca o cabelo dos clientes.
"Ainda é um protótipo, mas testamos o produto em um salão de Kansai e as pessoas que provaram, disseram que é muito confortável. Esperamos vendê-lo em alguns anos", afirmou um dos responsáveis pelo projeto.
Para aqueles que não podem ler uma tela de computador por falta de visão ou por falta de tempo, a companhia "Fujisoft" lançou o "Palro", um pequeno robô-androide capaz de se conectar com a internet e ler, em voz alta, as novidades do portal de notícias Yahoo!.
Por enquanto, o "Palro" só está disponível em japonês e é vendido no país por cerca de 300 mil ienes (R$ 7.734), embora a Fujisoft não descarte levá-lo a outros mercados no futuro.
Como em algumas ocasiões anteriores, boa parte do espaço da feira é dedicada aos robôs de assistência e reabilitação, um mercado crescente no Japão, onde há mais de 30 milhões de idosos com mais de 65 anos.
Consciente das necessidades do setor, a Universidade Waseda, em Tóquio, criou o "Tocco", um robô-pelúcia com forma de urso panda dedicado a ajudar aqueles que necessitem fazem exercícios de locomoção ou reabilitação.
Com tom autoritário, este panda está conectado a uma câmera e um computador, e analisa os movimentos locomotores do paciente, dando ordens como "subir mais a perna" ou "passar para o movimento seguinte", frases que às vezes são acompanhadas por gestos.
Seus criadores afirmam que para as pessoas idosas é mais legal fazer exercícios com esses bonecos e consideram que o robô pode ser útil em hospitais e centros de reabilitação.
Seguindo a mesma linha, está o "Paro", um urso de pelúcia que é como um "animal de companhia", reagindo a estímulos. Este tipo de produto é habitual nas feiras de robótica do Japão, com versões cada vez mais aperfeiçoadas.
Cadeiras de rodas "4x4" mais fáceis de conduzir, robôs fabricados com módulos que podem ser montados por pessoas "leigas" de acordo com as necessidades, dispositivos submarinos e engenhos para trabalhos de resgate que também estão sendo exibidos na capital japonesa.
Segundo o Ministério de Comércio e Indústria, espera-se que a produção da indústria robótica japonesa alcance em 2020 cerca de 2,9 trilhões de ienes (R$ 74,7 bilhões), e em 2035, chegue perto de 9,7 trilhões de ienes (R$ 250 bilhões).