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Fukushima tem incidente grave com água radioativa

Tóquio - As autoridades do Japão qualificaram nesta quarta-feira de 'nível 3' - correspondente a um 'incidente grave' na escala internacional de eventos nucleares...

Fukushima (Morguefile)

Fukushima (Morguefile)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.

Tóquio - As autoridades do Japão qualificaram nesta quarta-feira de "nível 3" - correspondente a um "incidente grave" na escala internacional de eventos nucleares (Ines) - o vazamento de 300 toneladas de água altamente radioativa da central de Fukushima nos últimos dias.

A classificação de nível 3 da escala de 0 a 7 corresponde ao "vazamento de grande volume de material radioativo no interior da instalação", com uma exposição que supera 10 vezes o limite anual para os trabalhadores.

O problema da gestão da água contaminada das perdas da central de Fukushima é de "primeira importância e será tratado seriamente", afirmou o vice-presidente da empresa que opera o complexo, a Tokio Electric Power (TEPCO).

"Vamos reforçar as áreas afetadas ao trataiento de água contaminada", declarou Zengo Aizawa.

"A água contaminada é um fator de risco e perigo", completou.

Antes de um pronunciamento definitivo, no entanto, o governo japonês decidiu pedir a opinião sobre a classificação à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O acidente de Fukushima, em 11 de março de 2011, atingiu o nível 7, o mais elevado e que define "efeitos consideráveis para a saúde e o meio ambiente".

Há vários dias dias, quase 300 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear japonesa e, segundo a TEPCO, há poças com níveis extremamente elevados de radiação, de 100 millisieverts por hora.

"Isso significa que, em uma hora, você fica exposto ao nível de radiação permitido para um trabalhador de uma usina nuclear em cinco anos", informou um porta-voz da empresa na terça-feira (local).

A água foi encontrada na segunda-feira. A Tepco consiguiu localizar precisamente o tanque que perdia Água. Restavam na cisterna quase 670 toneladas, que a empresa começou a bombear para transferir a outro depósito.

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A Tepco também está tentando recuperar a água derramada no solo e em parte infiltrada.

Um litro desta água contém 80 milhões de becquerels de estrôncio e outros elementos radioativos que desprendem raios beta.

Desde o tsunami que atingiu Fukushima, afetando os sistemas de refrigeração do reator e provocando colapsos, já ocorreram quatro vazamentos similares de tanques do mesmo tipo. Porém, o vazamento mais recente é o pior em termos de volume, desde que a central foi considerada estabilizada, em dezembro de 2011.

"Algo muito preocupante aconteceu", afirmou o presidente da Autoridad Nuclear do Japão, Shunichi Tanaka, que teme o risco potencial dos mil depósitos que foram instalados rapidamente na central depois da catástrofe.

A companhia admitiu que a água tóxica pode contaminar as águas subterrâneas e desaguar no Oceano Pacífico "a longo prazo", mas disse estar trabalhando para evitar que isso ocorra.

"Estamos transferindo a água contaminada de um tanque com problema de vazamento para tanques intactos, recuperando a água que vazou e o solo em torno dela. Também estamos reforçando as barragens existentes em torno dos tanques", disse o porta-voz, enquanto a região enfrentava uma chuva pesada na terça-feira.

A TEPCO, que enfrenta enormes custos de limpeza, tem lutado para resolver o problema do grande volume de água radioativa acumulada em função da contínua injeção para resfriar os reatores.

A TEPCO admitiu em julho, pela primeira vez, que as águas subterrâneas radioativas haviam deixado o local do vazamento.

Os problemas levaram o governo japonês e sua instituição reguladora nuclear a afirmar que ficariam mais diretamente envolvidos na limpeza de Fukushima, ao invés de deixá-la por conta da operadora.

Enquanto ninguém é oficialmente registrado como vítima fatal em decorrência direta dos colapsos dos reatores de Fukushima, as grandes áreas em torno da usina tiveram que ser abandonadas.

Dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas.

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