fukushima (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 06h10.
Técnicos da usina nuclear de Fukushima trabalham contra o relógio para que seja possível conter a grande quantidade de chuva que é esperada nas instalações com a chegada do segundo tufão em apenas dez dias, confirmou nesta quinta-feira (24) à Agência a Efe a empresa operadora da central nuclear.
Os preparativos acontecem uma semana depois que as precipitações trazidas pelo tufão "Wipha" resultaram no acúmulo de água na parte externa da central, em torno dos tanques de armazenamento de líquido radioativo. A grande quantidade de água fez os tanques transbordarem e o líquido contaminado, possivelmente, chegou até o mar.
Os índices de radiação desse líquido, que se contamina ao entrar em contato com a parte externa dos tanques que armazenam a água utilizada no sistema de refrigeração dos reatores, eram 24 vezes maiores que o limite permitido pelas autoridades japonesas.
A Agência Meteorológica do Japão prevê a chegada de um novo tufão no próximo dia 27 de outubro, o Francisco, que deve atingir a região nordeste do país, onde está localizada a usina nuclear.
Por isso, a empresa operadora, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), começou a transferir a água de chuva que foi trazida pelo tufão anterior e que ainda permanece no exterior do recinto, para uma série de piscinas subterrâneas, explicou um porta-voz da empresa à Efe.
Essas mesmas piscinas tiveram problemas com vazamentos em abril.
Até agora, a Tepco conseguiu bombear a água da chuva para os tanques onde armazena água que, posteriormente, é submetida a um tratamento para retirar o material radioativo.
No entanto, com a chegada de dois tufões na sequência, os tanques estão cheios e a empresa anunciou que não tem outra solução a não ser utilizar as três piscinas subterrâneas (cada uma com capacidade para armazenar 9 mil toneladas de líquido), apesar dos vazamentos que ocorreram em abril.
A mudança da água para as piscinas foi autorizada pela Autoridade Nacional de Regulação Nuclear (NRA) do Japão.
A acumulação de água altamente radioativa na central é o principal problema na atualidade para os cerca de 3,5 mil operários que trabalham diariamente na usina para solucionar a crise iniciada pelo tsunami de março de 2011.