Fábrica da Foxconn em Shenzhen, na China (Voishmel/AFP)
Bloomberg
Publicado em 15 de março de 2022 às 12h59.
Última atualização em 15 de março de 2022 às 13h06.
Por Debby Wu, da Bloomberg
A Foxconn, fornecedora da Apple, interrompeu a operação de suas fábricas em Shenzhen, incluindo uma unidade que produz iPhones, em resposta a um lockdown determinado pelo governo no centro tecnológico.
A empresa taiwanesa, também conhecida como Hon Hai Precision Industry Co., tem sede na China e uma importante fábrica em Guanlan. As operações foram suspensas nos dois locais e a produção foi realocada para outros pontos a fim de reduzir o impacto da interrupção, disse a empresa em comunicado. A Foxconn não especificou a duração da suspensão. As medidas do governo chinês atingem negócios não essenciais em Shenzhen até 20 de março.
Embora a quarentena possa afetar a produção de muitos dos dispositivos que a Foxconn fabrica para a Apple e outras marcas, a demanda por eletrônicos normalmente cai no primeiro trimestre de cada ano após o pico da temporada de feriados.
A Hon Hai, principal montadora de iPhones, fechou em queda na segunda-feira em Taipei. A empresa, por ora, não espera nenhum impacto “grande” em suas finanças e negócios com a paralisação temporária, segundo comunicado ao mercado desta segunda-feira.
A China registrou mais de 3,3 mil infecções por covid-19 no sábado, enquanto o país enfrenta seu pior surto desde os primeiros dias da pandemia e as autoridades intensificam as restrições para conter a propagação.
A Foxconn produz a maioria de seus iPhones em uma fábrica na cidade chinesa de Zhengzhou, que lhe rendeu o apelido de iPhone City. Seu escritório em Guanlan é menor. A empresa foi uma das primeiras a enfrentar interrupções do surto de coronavírus há dois anos, quando pediu aos funcionários que se mantivessem afastados de sua sede por precaução.
A China colocou os 17,5 milhões de habitantes de Shenzhen em isolamento por pelo menos uma semana no domingo, a fim de conter um crescente surto de covid-19. O bloqueio, que ocorreu depois que os casos de vírus dobraram em todo o país para quase 3,4 mil, será reforçado por três rodadas de testes em massa em toda a cidade, de acordo com um aviso do governo. A medida seguiu restrições anteriores impostas ao distrito comercial central de Shenzhen.
Serviços de ônibus e metrô foram interrompidos e as empresas, exceto aquelas que prestam serviços essenciais, foram fechadas. Shenzhen é o lar da sede de gigantes de tecnologia, bem como de um dos portos mais movimentados da China.