greenpeace (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 09h05.
O fotógrafo russo Denis Siniakov, que viajava no navio quebra-gelo "Arctic Sunrise" preso há duas semanas pela guarda-costeira da Rússia no Ártico, foi acusado nesta quinta-feira (3) de pirataria pela Justiça russa.
O Greenpeace informou que Siniakov é um dos 21 tripulantes da embarcação acusados formalmente de pirataria pelo Tribunal Leninski do porto russo de Murmansk, crime que na Rússia é punido com até 15 anos de prisão.
"Se ele se encontrava ali como repórter, é absolutamente inadmissível que seja processado como o resto dos participantes da ação", afirmou hoje Pavel Gusev, presidente da União de Jornalistas de Moscou (UPM), à agência "Interfax".
A UPM disse ter chegado a um acordo com as forças de segurança de um regulamento sobre o tratamento que devem receber os jornalistas nas ações públicas, já que eles não podem ser detidos nem suas equipes expropriadas.
Siniakov, que cumpre dois meses de prisão preventiva, da mesma forma que os outros 30 ativistas do Greenpeace que protestavam no mar de Barents contra a exploração de petróleo no Ártico russo, colabora com agências internacionais de notícias e tinha credencial jornalística.
Os veículos de imprensa, entre eles o jornal online "Gazeta.Ru", a revista "Novaya Gazeta" e emissora de rádio "Eco de Moscou", exigiram a libertação do repórter fotográfico e que "sejam retiradas todas as acusações".
O presidente do Conselho de Direitos Humanos adjunto ao Kremlin, Mikhail Fedotov, tachou hoje de infundadas as acusações de pirataria apresentadas contra os 30 tripulantes do "Arctic Sunrise".
O tribunal de Murmansk os acusa de terem cometido pirataria ao tentar prender o quebra-gelo da organização dia 19 de setembro à plataforma petrolífera Prirazlomnaya, da gigante energética russa Gazprom.
Os tripulantes do "Arctic Sunrise" são de Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, Brasil, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.
A Gazprom espera, graças a esta jazida, se transformar na primeira companhia que comercializa.