A atriz e dançarina Hailey Baldwin com fones da Pastry em Las Vegas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2011 às 12h39.
Na última década e meia, os aparelhos de som conhecidos como microsystems desapareceram – no bom sentido. Com a invenção do MP3, e o sucessivo aparecimento de dispositivos realmente portáteis capazes de reproduzir esses arquivos, os antigos aparelhos parrudos perderam gordura e cederam lugar para produtos discretos, cuja forma mais bem acabada é o iPod, da Apple. Ele, literalmente cabe no bolso. O reverso da moeda é que, com uma maquinha dessas escondida no bolso, muita gente perdeu uma chance de exibir seu estilo (seja ele extravagante, moderno, retrô ou mesmo discreto). Foi, então, que os fones de ouvido encontraram seu lugar. Sim, esses itens são o acessório da vez.
A tendência surgiu nos Estados Unidos no ano passado e se espalhou rapidamente. Ganhou fôlego com a adesão de famosos: cada um deles que gruda um aparelhinho colorido aos ouvidos ajuda a espraiar a mania. De acordo com Jackson Araujo, DJ e consultor de moda, o uso desses fones parte da estética hip-hop. "Com a chegada da era portátil – que incluiu aparelhos de mp3, mas também smartphones –, a cultura de rua trocou os grandes toca-fitas pelos headphones", explica Araujo. "Assim, os fones de ouvido ganharam status de acessório ornamental, que garante diferenciação ao visual de artistas e também de gente comum."
Ah, sim: os aparelhinhos também podem aprimorar a qualidade sonora. A tecnologia aplicada a eles permite isolamento acústico, que praticamente acaba com a interferência de ruídos externos, e garante fidelidade às características originais das gravações.
A novidade não passou desapercebida por alguns empresários, que enxergaram ali uma oportunidade de ditar moda e ganhar dinheiro. Um deles é o rapper americano Dr. Dre, responsável por criar a marca Beats Monster, uma das mais cobiçadas do planeta devido à dobradinha qualidade e estilo. A marca fez a cabeça de celebridades como os cantores Fergie e Justin Bieber, a atriz Katie Holmes e o jogador Neymar, do Santos. Os fãs, é claro, vão atrás. "Adotar um fone consagrado tem valor semelhante ao de adotar uma bolsa de grife", diz Araujo.
Já a Skullcandy trabalha como uma loja de departamentos de fones de ouvido. A cada ano ou mesmo a cada estação, ela apresenta modelos e cores novas. Isso favorece a corrida pelas novidades e alimenta em seus admiradores o desejo de montar coleções com vários modelos. Por ser mais popular, a companhia lança versões mais baratas do que os fones dos competidores, o que garante sua estabilidade nesse mercado.
No Brasil, a mania apenas engatinha, afirma a especialista em moda Silvana Holzmeister. Mas tem terreno fértil para prosperar. "É uma moda divertida e muito eficaz para quem gosta de música e de, ao mesmo tempo, apresentar-se com um visual mais jovem e descolado", diz. Vai durar? "É difícil saber", completa. Bem, deve resistir ao menos à duração de uma música.