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Foguete da Toyota? Entenda por que a fabricante do Corolla está mirando o espaço

Montadora japonesa amplia atuação espacial com aporte de US$ 40 milhões em startup e avança no desenvolvimento de tecnologias futuristas no Japão

Akio Toyoda: ex-CEO da Toyota e membro da família fundadora da montadora (Artur Widak/Getty Images)

Akio Toyoda: ex-CEO da Toyota e membro da família fundadora da montadora (Artur Widak/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 11h57.

Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 11h58.

A fabricante de carros Toyota está investindo no desenvolvimento e produção de foguetes orbitais, anunciou o presidente Akio Toyoda, durante uma coletiva na CES, maior feira de tecnologia do mundo, que ocorre em Las Vegas. Por meio da sua subsidiária de mobilidade Woven by Toyota, a empresa destinou ¥7 bilhões (cerca de US$ 40 milhões) à startup japonesa Interstellar, focada em lançadores de satélites.

Toyoda, ex-CEO da Toyota e membro da família fundadora da montadora, declarou que a mobilidade do futuro não deve ser monopolizada por "uma única montadora", em uma referência à Tesla, liderada por Elon Musk, que também comanda a SpaceX.

"Estamos explorando foguetes porque o futuro da mobilidade não deve se limitar apenas à Terra ou a uma única empresa automotiva", afirmou Toyoda.

Histórico da Interstellar e concorrência no mercado japonês

Fundada em 2013, a Interstellar já realizou sete lançamentos suborbitais com o foguete MOMO, que alcançou o espaço pela primeira vez em 2019.

No entanto, a startup ainda não conseguiu colocar satélites em órbita. Para alcançar este objetivo, está desenvolvendo os foguetes maiores das linhas ZERO e DECA.

A Toyota planeja utilizar sua expertise em produção em massa de veículos para contribuir na fabricação dos foguetes da Interstellar, ampliando suas capacidades industriais.

No mercado espacial japonês, a empresa enfrentará a concorrência da Mitsubishi, cujo braço aeroespacial, Mitsubishi Heavy Industries, desenvolve os foguetes da série H3 para a agência espacial japonesa JAXA. A Mitsubishi busca competir diretamente com os Falcon 9, da SpaceX, no mercado global de lançamentos.

Woven City: laboratório de tecnologias emergentes

Ainda durante o evento, a Toyota anunciou a conclusão da primeira fase da Woven City, um projeto experimental no Japão.

Localizada aos pés do Monte Fuji, a cidade ocupa 175 acres (cerca de 71 hectares) e abrigará residentes e inventores convidados pela montadora para testar e desenvolver tecnologias emergentes, como veículos autônomos e novos sistemas de mobilidade.

Apresentada há cinco anos por Toyoda na CES, a Woven City foi idealizada como um “protótipo de cidade do futuro”.

Segundo o presidente, a iniciativa não tem como foco principal gerar lucros, mas servir como laboratório para provar e aprimorar tecnologias que moldarão o futuro.

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