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Fim do TikTok nos EUA: entenda por que o aplicativo que definiu uma geração pode ser banido

O futuro do aplicativo, que possui 170 milhões de usuários no país, depende de decisão judicial e coloca em risco bilhões em receita e milhares de carreiras baseadas na plataforma

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 10h08.

Última atualização em 16 de janeiro de 2025 às 10h19.

No próximo dia 19 de janeiro, o TikTok pode ser completamente desligado nos Estados Unidos. A medida será imposta caso a Suprema Corte mantenha a lei assinada em abril pelo presidente Joe Biden, que exige que o aplicativo se desvincule de sua controladora chinesa, ByteDance, ou seja vendido para uma empresa americana. Caso contrário, o aplicativo será proibido de operar no país.

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A controladora ByteDance tem indicado estar preparada para “desligar” o aplicativo imediatamente se a decisão for desfavorável, repetindo o que ocorreu na Índia em 2020, quando o app foi banido e se tornou inacessível da noite para o dia. Noel Francisco, advogado do TikTok, confirmou em audiência que, se perderem o caso, "a plataforma será desligada". Entre as opções, está tornar o aplicativo inutilizável ou mantê-lo sem atualizações, o que o degradaria progressivamente.

Impacto sobre marcas, criadores e receita

O TikTok não é apenas uma rede social, mas uma plataforma de cultura digital que movimenta bilhões de dólares e sustenta milhares de criadores de conteúdo e empresas nos EUA.

Em 2023, o aplicativo ajudou a sustentar cerca de 224 mil empregos nos Estados Unidos, enquanto pequenas e médias empresas (PMEs) geraram quase US$ 15 bilhões em receita por meio da plataforma. Esse movimento também teve reflexos fiscais: o uso do TikTok por PMEs resultou em US$ 5,3 bilhões em impostos pagos ao governo americano.

A experiência da Índia oferece um vislumbre do que pode ocorrer. Após o banimento do TikTok no país em 2020, 200 milhões de usuários foram forçados a migrar para alternativas, como Reels, do Instagram, e Shorts, do YouTube.

Nos EUA, o TikTok enfrenta críticas por preocupações com privacidade e sua ligação com o governo chinês. Para os usuários, a migração para alternativas como Instagram Reels ou YouTube Shorts parece inevitável. Já para marcas e criadores, a perda de uma plataforma como o TikTok significaria reformular estratégias e redirecionar investimentos.

Em um cenário extremo, o desligamento imediato seria apenas o início de uma guerra maior sobre o papel da tecnologia chinesa no mercado global. A China já enfrenta tensões comerciais crescentes com os EUA, e o caso TikTok tem implicações que vão além do mercado local.

Ao mesmo tempo, a situação destaca como governos estão se tornando peças-chave para determinar o futuro das big techs. A necessidade de atender a questões de soberania e segurança digital já gerou precedentes no Brasil, União Europeia e na Índia, que baniram aplicativos que não se adequaram as leis locais.

Enquanto o prazo de 19 de janeiro se aproxima, os 170 milhões de usuários americanos, junto com empresas e criadores, aguardam ansiosamente o resultado. Se o TikTok realmente for desligado, ele deixará um vácuo difícil de preencher na cultura digital americana.

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