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Filme polêmico aumenta cinco vezes cancelamentos de assinaturas da Netflix

“Mignonnes”, também chamado de “Lindinhas”, elevou a taxa de cancelamento do serviço de streaming, dizem empresas de análise

Mignonnes (Netflix/Divulgação)

Mignonnes (Netflix/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 24 de outubro de 2020 às 12h47.

Última atualização em 24 de outubro de 2020 às 12h49.

Após um crescimento forte no primeiro semestre, a Netflix perdeu cinco vezes mais assinantes nos cinco dias após o lançamento do filme francês "Mignonnes" ("Cuties") do que havia perdido nos últimos 30 dias anteriores. É o que indica um relatório da consultoria Antenna. A notícia chega na mesma semana em que uma pesquisa apontou o Amazon Prime Video como o serviço que mais cresce no mercado de streaming brasileiro.  É hora de comprar ações da Amazon? Teste grátis, por 10 dias, a melhor análise do mercado de ações.

O filme, lançado em 9 de setembro, é criticado por supostamente sexualizar crianças. Senadores americanos pedem investigações sobre a violação de leis de produção e distribuição de pornografia infantil em "Mignonnes" e também clamam pela remoção do filme do serviço de streaming de vídeo da Netflix.

Outra empresa de análise chamada YipitData informou que o número de cancelamentos de assinaturas da Netflix subiu. Os dados indicam um aumento de quase oito vezes na taxa diária de cancelamento em comparação com a taxa de agosto deste ano.

Em meio à polêmica, a Ministra do Estado da Mulher, Damares Alves, entrou em guerra contra a Netflix por causa do filme, que também é chamado de “Lindinhas” no Brasil. “Chega de erotizar nossas crianças. Chega de conteúdos que incentivam (ainda que sem intenção) pedófilos a praticarem seus atos libidinosos na vida real contra crianças”, afirmou a ministra no Twitter, em 22 de setembro.

A Netflix se defende da polêmica ressaltando que trata-se de uma produção premiada e que foi feita para retratar a pressão que jovens garotas sofrem nas redes sociais e na sociedade em geral enquanto estão crescendo.

Um levantamento inédito feito pelo pesquisador Murillo Dias, coordenador e professor da Fundação Getulio Vargas, mostra que o mercado de streaming de vídeo no Brasil faturou 17,8 bilhões de reais no período de 12 meses até julho de 2020. O valor equivale a 0,24% do produto interno bruto de 2019. No Brasil, a Netflix tem 17 milhões de assinantes.

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