Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 09h47.
O formato excepcional, em todos os sentidos do adjetivo, desse Fidelio evoca imagens inquietantes como os alienígenas dos contos de H. P. Lovecraft ou as plantas carnívoras do gênero Heliamphora. Felizmente, esse sistema de som só é uma ameaça para os seus tímpanos e existem poucas maneiras mais agradáveis de castigá-los. A Philips jura que o design distinto não é apenas o produto de preocupações estéticas. Com efeito, basta tocar esse Fidelio para ter certeza de que a madeira envernizada que o compõe não vai ceder às oscilações irregulares que distorcem o som. Mas a qualidade não se limita às caixas: o cabo que liga a unidade que contém os amplificadores ao seu par também tem uma aparência resistente.
O tweeter do aparelho (responsável pelos agudos) está isolado na forma de um tentáculo de alumínio que espia por cima da caixas pretas. Tal disposição tem o objetivo de amenizar a interferência que a difração das ondas sonoras causa, além de proporcionar uma áudio mais abrangente. O efeito real de toda essa bruxaria é que o DS9800W foi capaz de inundar o INFOlab com todos os nuances da voz esganiçada de Brian Johnson, do AC/DC. Realmente, a potência combinada dos dois alto-falantes de 50 watts é mais do que o suficiente para animar uma festa na sala-de-estar. O woofer não produz graves muito pesados, mas essa não é uma característica ruim, ela simplesmente garante um som mais equilibrado. No mundo das docks para iPod, esse Fidelio só perde em qualidade de som para o BeoSound, da Bang & Olufsen.
Aliás, como a dock da companhia dinamarquesa, o DS9800W é extremamente mesquinho em termos de conexões e controles. Você pode virar esse Fidelio do avesso e a única conexão física à vista será uma entrada P2. Que motivo impede o conector de 30 pinos de ser usado para transmitir música? Se o iPhone já está preso à base para recarregar a bateria por que não dar a opção de utilizá-la para o tráfego de dados? Esse Fidelio está recoberto de mistérios e o mais frustrante deles é justamente a conexão principal: a rede sem fio AirPlay.
Aparentemente, a Philips quer que usemos o AirPlay de qualquer maneira. Isso não seria um problema se a interface do aparelho não fosse tão críptica. Não há display algum no DS9800W. A única forma de comunicação direta entre o usuário e o aparelho é algo que só pode ser qualificado de primitivo: um LED que pisca. Sem o manual em mãos, é impossível compreender o que cada sinal de luz indica. Comentamos a aparência alien dessa dock no início da resenha, mas só porque o DS9800W parece um extraterrestre, não segue que ele tenha que se expressar como um.
Ao desvendar a linguagem luminosa, o usuário descobre que a dock cria rede sem fio temporária que deve ser acessada em browser por seu número IP. O DS9800W é então associado a qualquer roteador caseiro e a dock estará pronta para receber o streaming do iTunes. A princípio, esse processo tortuoso só tem que ser realizado uma vez, mas aqui no INFOlab a rede temporária demorou para ficar estável.
Mesmo que o sistema funcionasse perfeitamente, o fato de que o aparelho só pode ser acessado via IP já deve desanimar muita gente. Por mais que esse seja um processo muito simples para quem já está acostumado com computadores, é difícil justificar qualquer decisão de design que leve o usuário a tomar um caminho tão indireto. Decerto, existem alternativas. Uma delas é ignorar o segundo passo e usar a rede temporária para conectar a dock diretamente ao computador que armazena suas músicas. A desvantagem desse método é que o Wi-Fi não pode ser usado para acessar a internet ao mesmo tempo em que transmite músicas. Também não seria absurdo imaginar que boa parte dos usuários simplesmente esqueceria do streaming sem fio e usaria um extensor de P2 para conectar a dock a um player qualquer. Pelo menos o streaming sem fio não compromete a qualidade do som de forma alguma.
Quem escapar do labirinto imposto pelo AirPlay vai encontrar uma interface virtual simples na forma de um aplicativo grátis da Philips. Talvez até simples demais. Para um sistema que almeja a atenção dos entusiastas do áudio, o DS9800W oferece uma seleção bem exígua de equalizações. Além dos ajustes tradicionais, a Philips promete amenizar a perda de detalhes causada pela compressão de dados inerente a formatos como o MP3. Esse processo é realizado através de um recurso chamado FullSound. É difícil dizer exatamente quanta diferença o FullSound faz, mas, em um sistema de som tão detalhado quanto o do DS9800W, qualquer tentativa de mascarar as falhas do MP3 é bem vinda.
Potência | 100 W |
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Conexões | P2, Wi-Fi, Dock para iPod, iPhone e iPad |
Prós | Som de excelente qualidade; faz streaming de música via rede sem fio; acabamento impecável; design inovador; |
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Contras | Interface pouco intuitiva; |
Conclusão | Se o usuário conseguir superar as situações frustrantes que a interface do DS9800W impõe, ele terá em sua posse uma das melhores docks do mercado; |
Média | 8.2 |
Preço | R$ 2699 |