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Fiat indica futuro do trabalho com uso de exoesqueletos

Montadora usa exoesqueleto para maior conforto e ergonomia na montagem de carros na fábrica de Betim (MG)

Exoesqueleto: funcionários da fábrica da Fiat em Betim já usam algumas unidades do reforço para maior conforto e ergonomia (FCA/Divulgação)

Exoesqueleto: funcionários da fábrica da Fiat em Betim já usam algumas unidades do reforço para maior conforto e ergonomia (FCA/Divulgação)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 05h55.

Última atualização em 13 de março de 2019 às 14h53.

São Paulo – Quem anda pela fábrica da montadora Fiat em Betim, Minas Gerais, pode ter a impressão de estar caminhando em um filme de ficção científica. Alguns funcionários da fábrica estão usando exoesqueletos para auxílio na execução de algumas tarefas.

Os conjuntos, que são fruto de um investimento de 80 mil dólares, podem ser usados em membros inferiores ou superiores. A ideia, de forma geral, é dar sustentação e auxiliar em tarefas que exijam esforço físico ou movimentação.

Graças à sustentação gerada pelo esqueleto, o desgaste físico diminui. Movimentações repetitivas, como um agachamento, ganham suporte do esqueleto externo.

Tudo começou quando a fábrica se preparava para montar o Argo, carro compacto da Fiat. Antes do início de montagem de um carro, a montadora realiza uma análise usando um programa de linha de montagem virtual—antes, eventuais problemas só eram notados já com a linha funcionando.

“Quando começamos o trabalho com o Argo, a simulação virtual nos mostrou que alguns dos processos não estavam ergonomicamente perfeitos. Era preciso pensar em soluções fora da caixa”, diz ao site EXAME Cristiano Felix, gerente de meio ambiente, saúde e segurança do trabalho da FCA.

Você provavelmente já ouviu a expressão fora da caixa sendo usada em vão. Mas aqui o caso é diferente. Em viagens aos Estados Unidos, a equipe da Fiat teve contato com um fornecedor de exoesqueletos.

Funcionário da fábrica da Fiat em Betim (MG) usa exoesqueleto

- (FCA/Divulgação)

Daí para frente, foram dois desafios. O primeiro foi pensar em como usar o exoesqueleto—a fabricante sugeria uso na recuperação de funcionários. O segundo foi todo o trâmite de importação. Foi preciso explicar à alfândega brasileira e à Anvisa o que era aquele estranho material.

Hoje, a fábrica de Betim é a única da América Latina a usar tecnologia de exoesqueleto. A Fiat, satisfeita com os primeiros resultados, trabalha para expandir esse programa. A fábrica de Córdoba, na Argentina, e outra em Campo Largo, no Paraná, devem ser as próximas a receber, cada uma, quatro unidades completas de exoesqueleto.

Benefícios

Cristiano Felix explica que a implantação da tecnologia vem mais com viés qualitativo. A empresa busca deixar o trabalho de seus funcionários mais confortável, visando aumento de agilidade e produtividade.

“A fadiga e o desconforto estavam dentro das normas permitidas”, explica Felix, “mas o exoesqueleto aumenta a qualidade de processos.”

Ele explica que o uso, depois do período de adaptação, é imperceptível. Em um pronunciamento em vídeo (no final deste texto), um funcionário da fábrica de Betim fala sobre os benefícios do exoesqueleto e já chama o aparelho de seu “uniforme de trabalho”.

Apesar do pioneirismo no uso na América Latina, a Fiat não é a única vendo benefícios nesse investimento.

Nos Estados Unidos, a concorrente Ford já usa um traje similar em caráter de testes. A solução também tem sido testada para trabalhadores em estoques de grandes varejistas.

Veja o exoesqueleto em uso no vídeo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=aHX8ncZ7xo0

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