Produção de veículos sofre com escassez global de chips e semicondutores (Germano Lüders/Exame)
Thiago Lavado
Publicado em 22 de abril de 2021 às 16h35.
Última atualização em 22 de abril de 2021 às 16h36.
Montadoras começam a ampliar e estender os cortes de produção em algumas fábricas da América do Norte para enfrentar a piora da escassez global de semicondutores.
Chips para uso em carros e caminhões estão em falta, pois fabricantes de semicondutores alocaram mais capacidade para produtos de consumo. A pandemia aumentou a demanda por smartphones, TVs e computadores, já que consumidores, que agora passam mais tempo em casa, buscam tornar a vida mais suportável. Com isso, sobra menos capacidade nas fábricas de chips para atender à recuperação mais forte do que o esperado da demanda por veículos. Obstáculos recentes relacionados ao clima em suprimentos petroquímicos no sul dos EUA e um incêndio em uma fábrica de semicondutores no Japão agravaram as paralisações.
A consultoria AlixPartners disse que, com a falta de chips, montadoras podem perder US$ 61 bilhões em vendas este ano. Os recentes reveses podem atrasar ainda mais a esperada recuperação da produção no segundo trimestre. “A produção está encolhendo, não aumentando, então o equilíbrio entre oferta e demanda só piora”, disse Takeshi Miyao, analista da pesquisadora Carnorama.
As maiores montadoras não são as únicas empresas sob pressão pela crise de chips. A fabricante de caminhões Paccar disse em 31 de março que as entregas do primeiro trimestre foram reduzidas em cerca de 3 mil veículos.