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Fake news circulam mais rápido do notícias reais, diz estudo

Em média, as informações verdadeiras requerem seis vezes mais tempo que as falsas para chegar a 1.500 pessoas, segundo as análises

Twitter: estudo foi realizado sobre 126.000 informações verdadeiras e falsas entre 2006 e 2017, difundidas pelo Twitter (Dado Ruvic/Reuters)

Twitter: estudo foi realizado sobre 126.000 informações verdadeiras e falsas entre 2006 e 2017, difundidas pelo Twitter (Dado Ruvic/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de março de 2018 às 19h19.

As notícias falsas ou "fake news" circulam mais rápido pela internet que as informações verdadeiras, devido mais aos próprios internautas que a programas informáticos automáticos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (8) pela revista Science.

O estudo foi realizado sobre 126.000 informações verdadeiras e falsas entre 2006 e 2017, difundidas pelo Twitter por três milhões de pessoas mais de 4,5 milhões de vezes.

Para fazer de modo eficaz a distinção entre notícias verdadeiras e falsas, a equipe trabalhou com seis organizações independentes de verificação de dados.

As informações enganosas são em média difundidas mais rapidamente e mais amplamente que as verdadeiras, segundo os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Em média, as informações verdadeiras requerem seis vezes mais tempo que as falsas para chegar a 1.500 pessoas, segundo suas análises.

A diferença é ainda mais acentuada para notícias políticas que para as relacionadas ao terrorismo, às catástrofes naturais, à ciência, às lendas urbanas e aos assuntos financeiros.

Embora muitos se preocupem com a difusão de notícias enganosas por parte de "bots" - programas informáticos que realizam operações de internet sozinhos - o estudo revelou que a propagação deste tipo de informações se deve sobretudo à ação humana.

Esta propensão a difundir informações falsas poderia se dever, segundo o estudo, ao seu caráter de novidade e ao fato de que surpreendem mais os leitores que as informações verdadeiras.

As contas de Twitter que publicam informações falsas têm em média menos seguidores, seguem menos contas e são menos ativas que as contas dos que tuítam informações verdadeiras.

A investigação do procurador especial americano Robert Mueller sobre a ingerência russa na campanha eleitoral dos Estados Unidos para as presidenciais de 2016 fez muita referência ao uso dos "bots".

Segundo a investigação, foram utilizados "bots" para favorecer o republicano Donald Trump, que derrotou nas eleições a democrata Hillary Clinton, e para acentuar a polarização na população americana.

No final de fevereiro, o Twitter publicou novas regras que buscam limitar a influência dos "bots" no funcionamento da rede social.

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