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Facebook quer reforçar impulso de servidor com Oculus

Rede social poderá dar o salto dos servidores ao hardware para consumidores, após fechar o negócio de US$ 2 bilhões pela Oculus VR


	Gamers usando aparelho de realidade aumentada, fabricado pela Oculus VR: Facebook desembolsou US$ 2 bilhões pela companhia
 (Matthew Lloyd/Bloomberg)

Gamers usando aparelho de realidade aumentada, fabricado pela Oculus VR: Facebook desembolsou US$ 2 bilhões pela companhia (Matthew Lloyd/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 14h28.

San Francisco - Escondida no prédio 17 da sede da Facebook, uma equipe de 170 pessoas está trabalhando arduamente em produtos que geralmente não são associados a uma empresa de redes sociais: hardware.

Tendo começado com apenas sete pessoas em 2010, a equipe projeta, produz e fornece os potentes computadores de servidor que administram o tráfego de internet para a empresa com sede em Menlo Park, Califórnia. O grupo produziu centenas de milhares das máquinas e a Facebook investiu no ano passado US$ 1,36 bilhão em seus próprios centros de processamento de dados, frente a US$ 606 milhões em 2011.

Agora, a questão é se a Facebook poderá dar o salto dos servidores ao hardware para consumidores, após fechar o negócio de US$ 2 bilhões pela Oculus VR, que produz o capacete de realidade virtual que possibilita que as pessoas se submerjam em jogos virtuais. Os produtos eletrônicos para os consumidores são uma arena competitiva, caracterizada por margens estreitas, e a Facebook estaria adentrando no setor de produtos vestíveis, onde a Google e a Samsung Electronics já estão jogando. Isso também envolve transitar por restrições regulamentares em distintos países relativas aos materiais que podem ser utilizados e como um produto pode ser descartado, disse Pamela Gordon, presidente da empresa consultora de design Technology Forecasters, em Oakland, Califórnia.

“Isso é algo com que Microsoft, Sony, Dell e todas as outras empresas de eletrônicos para consumidores têm que lidar”, disse ela. “Há uma enorme quantidade de supervisão envolvida”.

Otimismo da Oculus

Os executivos da Oculus disseram que estão otimistas em relação aos benefícios que obterão a partir da experiência da Facebook com os servidores – e que esse aspecto ajudou a convencê-los a vender a empresa para a rede social.

“A Facebook ajudará no aspecto da fabricação, dos componentes e da cadeia de fornecimento”, disse Nate Mitchell, vice-presidente de produto da Oculus, em Irvine, Califórnia. “Eles não têm muita experiência com hardware para consumidores, mas têm experiência com a fabricação”.


As operações de hardware da Facebook reproduzem as de outras empresas de internet, como a Google e a Amazon.com, que também construíram do zero seus centros de processamento de dados, e também se tornaram montadoras de computadores de servidor. Isso deu às empresas de internet uma influência junto às fornecedoras de componentes, além de algumas características semelhantes às de fabricantes de hardware, como a Hewlett-Packard Co.

Em 2011, a Facebook começou uma iniciativa chamada Open Compute, em que a empresa e alguns parceiros compartilham os projetos de sistemas de computação mais eficientes e de menor custo. A abordagem contrasta com a da Google e a da Amazon, que desenvolveram seus hardwares em segredo.

A empresa agora possui quatro centros de processamento de dados, repletos de produtos personalizados. O CEO Mark Zuckerberg disse que a Facebook economizou US$ 1,2 bilhão por utilizar equipamentos baseados na Open Compute ao invés dos produtos de fabricantes consagrados de tecnologia de processamento de dados.

‘Capacidade fundamental’

A Facebook desenvolveu uma “capacidade fundamental de oferecer novos produtos”, disse Jason Taylor, diretor da equipe de infraestrutura, responsável pela cadeia de fornecimento e pela engenharia de hardware. “Todos veem a Facebook como uma empresa de software, quando na verdade fazemos muito de hardware”.

Essa experiência não necessariamente se traduzirá no modo em que a Facebook transformaria a realidade virtual em algo massivo, disse Daniel Ernst, analista da Hudson Square Research, que tem uma recomendação de manutenção para a ação.

Taylor não quis comentar planos específicos da empresa para a Oculus, porque a aquisição ainda não se concretizou. Zuckerberg disse que vê a realidade virtual como um excelente meio de comunicação entre as pessoas, depois dos telefones móveis.

Realidade virtual

Atualmente, a Oculus possui apenas um protótipo do seu capacete disponível para os desenvolvedores e ainda não definiu uma data para lançar o produto massivamente. A empresa está dando os toques finais em uma versão do produto para os consumidores, disse Mitchell. Mais de 75.000 kits de desenvolvimento de software foram pedidos pelas pessoas que desejam criar programas para o dispositivo, disse a Oculus.

“O aspecto mais empolgante da aquisição é que poderemos oferecer um produto melhor a um preço mais baixo”, disse Mitchell.

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