Filtro: A novidade teve ampla adoção por usuários do mundo inteiro - segundo a empresa, 26 milhões de pessoas mudaram a cor de suas fotos de perfil (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2015 às 17h47.
Na última sexta-feira, a internet se uniu para celebrar a legalização da união homoafetiva em todo o território norte-americano. O Facebook não perdeu tempo e lançou um filtro com as cores do arco-íris para identificar usuários que apoiam a causa.
A novidade teve ampla adoção por usuários do mundo inteiro - segundo a empresa, 26 milhões de pessoas mudaram a cor de suas fotos de perfil. Juntas, elas tiveram meio bilhão de curtidas e comentários.
O filtro foi desenvolvido por estagiários da rede social em um hackathon interno e foi lançada para o público geral depois de ser amplamente adotada por funcionários da própria rede social.
Mas os objetivos e os resultados da ação do Facebook vão além do engajamento dos usuários: agora, a rede social sabe claramente quem apoia ou não o casamento gay.
E o que isso significa? Que o Facebook agora pode rastrear quem são os usuários que apoiam a causa e adicionar essa informação ao banco de dados que a rede social usa, por exemplo, para oferecer aos seus anunciantes a possibilidade de vender anúncios focados em determinados públicos.
A discussão foi trazida à tona pela revista americana The Atlantic, que entrou em contato com a rede social nos EUA e perguntou se a ferramenta seria usada para gerar dados para algum experimento.
Um porta-voz da rede social negou que a ferramenta tenha o objetivo de testar alguma hipótese, como fez em 2012, ao manipular o feed de notícias para identificar se usuários ficavam mais felizes ou tristes ao serem expostos a determinados conteúdos.
Na época, a revelação de que o Facebook realizava experimentos com os usuários gerou polêmica, já que os usuários não sabiam que seus dados poderiam ser usados com esse objetivo.
A empresa foi obrigada a emitir um pedido de desculpas e atualizar seus termos de uso acrescentando a informação de que os dados dos usuários podem vir a ser usados em pesquisas.
A revista destaca, no entanto, que mesmo não sendo um experimento, o Facebook poderá usar a ferramenta para rastrear quem apoia o casamento gay e adicionar essa informação ao seu banco de dados - o que em si não é uma novidade, já que toda a atividade no Facebook é monitorada e gera dados para a rede social.
Porém, como não há nenhum alerta sobre isso fora dos termos de serviço, a tendência é que os usuários se esqueçam desse detalhe e utilizem a ferramenta sem pensar nas implicações.