Refugiado sunita afegão tira fotos com seu smartphone no Irã em 13 de maio de 2021 (Morteza Nikoubazl/NurPhoto/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 23 de agosto de 2021 às 10h59.
Após o grupo fundamentalista islâmico Talibã retomar o poder no país depois de 20 anos, o Facebook anunciou recursos de segurança para ajudar usuários no Afeganistão a proteger a conta na rede social.
O anúncio foi feito por Nathaniel Gleicher, chefe de segurança do Facebook, no Twitter. Como medida de segurança, ele disse que a empresa desativou temporariamente a capacidade de visualizar e pesquisar listas de amigos de contas do Facebook dentro do Afeganistão.
Gleicher também afirmou que a plataforma está recebendo novas contas do Talibã, apesar de estar monitorando e banindo quem é favorável ao grupo. Os usuários, portanto, também foram oferecidos uma ferramenta para bloquear a conta rapidamente, caso temam ser alvos.
4/ We’ve launched a one-click tool for people in Afghanistan to quickly lock down their account. When their profile is locked, people who aren’t their friends can’t download or share their profile photo or see posts on their timeline. pic.twitter.com/pUANh5uBgn
— Nathaniel Gleicher @ngleicher@infosec.exchange (@ngleicher) August 19, 2021
Por último, o chefe de segurança também pediu às pessoas com amigos no Afeganistão que considerassem restringir suas próprias configurações de privacidade.
Como os Estados Unidos consideram o Talibã uma organização terrorista, o Facebook afirma estar seguindo sua política de "Organizações Perigosas".
“O Talibã é reconhecido como uma organização terrorista pelas leis dos Estados Unidos e foi banido dos nossos serviços em razão das nossas políticas para Organizações Perigosas”, disse um porta-voz da empresa. "O Facebook não toma decisões sobre reconhecer governos em nenhum país em particular, mas respeita a autoridade da comunidade internacional nesta determinação."
As redes sociais acabam sendo um aliado importante do Talibã, que usa as plataformas para divulgar suas mensagens.
Por conta disso, milhares de afegãos apagaram ou desativaram suas contas nas redes sociais por medo de perseguição. Antigamente, o grupo não foi dócil com aqueles que mostraram ter laços com o antigo governo ou países como os EUA.
Na semana passada, o Facebook anunciou que segue identificando e excluindo qualquer conteúdo favorável ao grupo — o que vale também para o Instagram e WhatsApp, plataformas que fazem parte da empresa.
A rede social também afirmou ter criado uma equipe de especialistas afegãos para monitorar o conteúdo, composta de "falantes nativos de dari e pashto", línguas mais comuns da região, e com "conhecimento do contexto local, ajudando a identificar e alertar sobre questões emergentes na plataforma".