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Facebook encara críticas, boicote e revés nos pagamentos via WhatsApp

A rede social de Mark Zuckerberg divulga nesta quinta-feira os resultados financeiros do segundo trimestre

Facebook: boicote de grandes marcas pode ter um prejuízo restrito (Andrew Harrer/Bloomberg)

Facebook: boicote de grandes marcas pode ter um prejuízo restrito (Andrew Harrer/Bloomberg)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 30 de julho de 2020 às 06h49.

Os últimos meses têm sido desagradáveis para o Facebook. A rede social não só enfrenta uma crise de imagem, que levou ao boicote de centenas de anunciantes no fim de junho, como também tem sido afetada pelo ambiente ruim na economia global.

A queda do faturamento de muitas empresas durante a pandemia fez diversas companhias mundo afora reestruturarem seus gastos, o que inevitavelmente traz consequências para o Facebook e as demais empresas de internet que dependem das receitas com publicidade.

Além disso, o aplicativo de mensagens WhatsApp (controlado pelo Facebook) sofreu um revés em junho depois de o seu serviço de pagamentos digitais ser suspenso pelo Banco Central dias após o lançamento no Brasil. O sistema de pagamento era uma potencial fonte de receitas nova para o aplicativo de mensagens e, consequentemente, para o Facebook.

Nesta quinta-feira (30), será possível ter uma dimensão mais precisa de como a rede social tem enfrentado esse período cheio de contratempos. A empresa divulga no fim da tarde de hoje seus resultados do segundo trimestre, após o fechamento do mercado nos Estados Unidos.

Em junho, mais de 500 empresas anunciaram a suspensão das campanhas publicitárias no Facebook e suas plataformas (incluindo o Instagram) por causa da maneira como a empresa lida com a disseminação de conteúdo enganoso e violento. A empresa de Mark Zuckerberg é criticada por adotar uma política mais flexível em relação ao que as pessoas publicam online.

Apesar de o boicote contar com o apoio de grandes marcas de varejo e bens de consumo como Coca-Cola, Unilever, Adidas, Starbucks e outras, o prejuízo pode ser restrito. Segundo uma análise da revista americana Ad Age, os 50 maiores anunciantes do Facebook representam somente 6% do faturamento anual da rede social, de 70 bilhões de dólares. O número sobe para 20% considerando as 100 maiores empresas pagantes. Entretanto, o Facebook conta no total com mais de 8 milhões de anunciantes, entre empresas e usuários individuais, o que pode ajudar a minimizar os danos financeiros.

No primeiro trimestre, o Facebook surpreendeu ao registrar um crescimento de 10% no número de usuários ativos mensais, que chegou a 2,6 bilhões de pessoas, e um aumento anual de 18% no faturamento trimestral, que somou 17,7 bilhões de dólares. Embora o ritmo de crescimento seja o menor dos últimos quatro anos para a empresa, o resultado positivo mostrou que a rede social estava resistindo bem aos primeiros meses da pandemia. Agora, será preciso mostrar que ela é capaz de resistir também no restante do ano e superar a imagem ruim.

 

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