Tecnologia

Facebook declara guerra a bloqueador de anúncio. O que muda?

Em anúncio realizado nesta semana, o Facebook disse que começará a driblar os bloqueadores de anúncios dentro da rede social


	Facebook: rede social começará a driblar os bloqueadores de anúncios dentro de seu site
 (Reprodução/Facebook Mark Zuckerberg)

Facebook: rede social começará a driblar os bloqueadores de anúncios dentro de seu site (Reprodução/Facebook Mark Zuckerberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 11 de agosto de 2016 às 12h09.

São Paulo – O Facebook anunciou nesta semana uma grande mudança na sua relação com anúncios—e, principalmente, os bloqueadores de anúncios, ou ad blockers. A empresa passará a trabalhar para fazer com que propagandas na rede social não sejam detectadas e, portanto, não possam ser bloqueadas por essas aplicações.

Um estudo recente realizado nos EUA mostrou que 26% dos entrevistados usava bloqueadores de anúncios em seus computadores. Em tablets e smartphones, o número cai para 15%. Esses usuários, portanto, prejudicam a monetização de sites que precisam exibir anúncios para sobreviver.

As técnicas de combate aos bloqueadores de anúncios têm variado bastante. Alguns sites exibem mensagens pedindo que o bloqueador seja desativado—EXAME.com, por exemplo, é um deles. Outros, mais radicais, bloqueiam o acesso do usuário assim que percebem que ele navega usando um programa do tipo.

Mas o Facebook usará uma estratégia alternativa. A rede social tentará mudar configurações de anúncios para que os bloqueadores não entendam que aquele conteúdo é uma propaganda. Um representante da empresa afirmou à Wired que engenheiros trabalharão com novas formas de código para que os anúncios sejam exibidos.

Com isso, os bloqueadores não seriam capazes de distinguir quais são conteúdos legítimos e originais compartilhados e quais seriam anúncios.

A reação de algumas empresas que desenvolvem os bloqueadores não foi muito positiva, como já era de se esperar. Em uma postagem no blog da Adblock Plus, um executivo afirmou que a atitude do Facebook é "um caminho sombrio contra a escolha do usuário".

Além da briga

A atitude do Facebook, no entanto, pode trazer algumas consequências diferentes. Se a tática para driblar bloqueadores funcionar, isso pode se espalhar entre outros sites. É claro que mais cedo ou mais tarde os desenvolvedores desses aplicativos podem achar outra forma de bloquear propagandas.

Ao anunciar sua nova estratégia, o Facebook falou sobre os motivos que levam usuários a adotar os bloqueadores de anúncios. Em muitos casos, propagandas ser invasivas, desagradáveis e irrelevantes.

“Nos últimos anos, trabalhamos para entender melhor as preocupações dos usuários com anúncios online”, escreve Andrew Bosworth, vice-presidente de anúncios e negócios do Facebook.

"O que ouvimos é que as pessoas não gostam de ver anúncios que são irrelevantes." Para ajudar nesse quesito, o Facebook está expandindo sua central de personalização de anúncios (que você pode acessar neste link).

Agora, os usuários podem, com mais facilidade, adicionar áreas de interesse. É claro que isso traz um enorme benefício para o Facebook. Para anunciantes, a rede social oferece sua capacidade de focar nas pessoas certas. Com a nova central, essa capacidade de foco deve ficar ainda melhor.

Acompanhe tudo sobre:Anúncios publicitáriosEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookIndústria eletroeletrônicaInternetRedes sociaisSmartphones

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes