Mark Zuckerberg (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 13h52.
O Facebook comemora nesta terça-feira dez anos de vida e chega à maturidade como uma máquina de gerar publicidade, após sobreviver a uma desastrosa entrada na Bolsa de valores e ver seus usuários envelhecerem.
"Tem sido uma viagem incrível", declarou recentemente o presidente e criador do Facebook, Mark Zuckerberg.
A rede social, que nasceu em janeiro de 2004 em um dormitório da Universidade de Harvard, se transformou em uma empresa mundial que conecta milhões de pessoas e que transformou Zuckerberg em um dos mais jovens bilionários do planeta.
"O Facebook tornou o mundo menor, mais interativo. Une as famílias, os amigos, os vizinhos pelo do mundo. É um verdadeiro fenômeno social", explicou à AFP Trip Chowdhry, analista da Global Equity Research.
"Mais de 20% do tempo que se passa na internet é destinado ao Facebook. O site realizou com êxito a transição do computador para a plataforma móvel. O que eles conseguiram fazer é assombroso", considerou Lou Kerner, fundador da empresa de investimentos Social Internet Fund.
Redenção na Bolsa de Valores
Mas nem tudo foi um mar de rosas para o rei das redes sociais. Em 2012, a entrada do Facebook na bolsa de valores de Nova York resultou num desastre repleto de problemas técnicos e com uma brusca queda das ações, que perderam metade de seu valor em três meses.
A empresa, porém, se reergueu e as ações, hoje, chegam a níveis recordes. "É a maior história de crescimento no setor de internet americano", afirmam analistas do CitiBank.
Assim, em poucos trimestres, o Facebook encontrou uma maneira melhor de lucrar com publicidade, de onde tira a maior parte de sua renda (como todo serviço gratuito de internet), focando nas pequenas telas do smartfones.
A receita da empresa acabou explodindo no ano passado, ultrapassando o site de buscas Yahoo! e ocupando o segundo lugar no mercado mundial de publicidade online, com 5,7% do mercado, de acordo com a eMarketer. Mesmo assim, o Facebook permanece longe do primeiro colocado, o Google (com 32,4% do mercado), mas seu crescimento é três vezes mais rápido e se multiplica com a oferta de novos produtos, como o lançamento das primeiras publicidades em vídeo.
O gigante da internet, porém, também precisa lidar com algumas dificuldades. "O Facebook começou a revolução das redes sociais, mas pode não saber controlá-la", advertiu Trip Chowdhry, referindo-se às polêmicas sobre a proteção de dados pessoais dos usuários ou o caráter intrometido das últimas publicidades, assim como a perda de usuários, muitos deles adolescentes, para plataformas concorrentes.
Adolescentes por avós
Um estudo recente da iStrategyLabs estimou que em três anos a quantidade de usuários americanos entre 13 e 17 anos de idade do Facebook diminuiu em 3 milhões (-25%), enquanto os de mais de 55 anos aumentou em 12,5 milhões (+80%).
"As pessoas brincam dizendo que para um adolescente não é legal ser amigo da própria mãe no Facebook, só que agora já não é mais a mãe, é a avó", destacou Lou Kerner.
"Não podemos permanecer na crista da onda para sempre. Ou você desaparece, ou se transforma num utilitário, e o Facebook fez isso com muito sucesso", elogiou.
Para o analista, "a perda de usuários adolescentes é mais do que compensada pelo acesso e compromisso das pessoas de maior idade".
A empresa de consultoria Trefis considerou em um estudo que o envelhecimento dos usuários de Facebook pode ser algo positivo para a empresa, já que os adultos têm maior poder de compra que os jovens.
"Os anunciantes investem em conteúdo publicitário no Facebook por uma única razão: vender. A maioria das compras online é de usuários de mais de 25 anos", concluiu a empresa.