Facebook: anúncio vem a público após a revelação de que a consultoria Cambridge Analytica, conhecida por trabalhar na campanha eleitoral de Donald Trump, utilizou dados coletados de forma irregular de usuários (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de março de 2018 às 20h52.
São Paulo - O diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou hoje que, a partir de abril, a rede social vai disponibilizar uma ferramenta no topo de seu "feed" de notícias com uma lista de todos os aplicativos acessados pelos usuários e instruções para suspender "facilmente" o acesso a dados pessoais.
O anúncio vem a público quatro dias após a revelação de que a consultoria Cambridge Analytica, conhecida por trabalhar na campanha eleitoral de 2016 do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou dados coletados de forma irregular de usuários do Facebook para direcionar conteúdo e anúncios políticos.
Em uma publicação na própria rede social, Zuckerberg admitiu que essa foi uma "falha de confiança" entre o Facebook e "as pessoas que compartilham seus dados conosco e esperam que nós os protejamos", mas não fez qualquer pedido explícito de desculpas.
"Nós temos a responsabilidade de proteger seus dados e, se não conseguirmos fazer isso, não merecemos servi-los", escreveu.
Zuckerberg disse ainda que a Cambridge Analytica alega "já ter apagado os dados" e aceitou se submeter a uma auditoria forense (passível de utilização como prova em juízo) de uma empresa contratada pelo Facebook para confirmar a exclusão.
Ele também anunciou que o Facebook vai conduzir uma "auditoria completa" de qualquer aplicativo com "atividade suspeita" e, se descobrir desenvolvedores que tenham feito mau uso de informação "pessoalmente identificável", avisará "todos os afetados por esses aplicativos", inclusive aqueles cujos dados foram utilizados pela Cambridge Analytica.