Drones (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Washington - Companhias de ponta em robótica militar de todo o mundo se reúnem a partir desta terça-feira em Washington para mostrar os últimos avanços na feira da Associação Internacional para Sistemas de Veículos Não Tripulados (AUVSI), onde os 'drones' foram protagonistas dentro e fora do evento.
Mais de 550 stands de 40 países diferentes estão distribuídos no Centro de Convenções da capital americana, enquanto na entrada integrantes do grupo ativista Codepink pediam o fim do uso de aviões não tripulados contra civis.
Pouco mais de 20 manifestantes, liderados por Medea Benjamin, repreenderam o lobby armamentista, o qual acusam de ser um "negócio vergonhoso que mata civis indiscriminadamente".
"Estamos aqui para chamar a atenção para a vergonha que representa esta indústria, que continua fabricando 'drones' que matam gente inocente e que fazem com que o mundo odeie os Estados Unidos porque estas máquinas ainda nos mantêm em um estado de guerra", disse Medea à Agência Efe durante a manifestação.
"Parece incrível que aquele brinquedo inocente que eu brincava quando pequeno tenha se transformado em uma arma assassina" gritava outro ativista.
A utilização dos aviões não tripulados pelo governo de Barack Obama na guerra contra o terrorismo provoca polêmica no país, entre membros do Congresso e também entre grupos de direitos humanos.
Segundo o Bureau of Investigative Journalism, desde que o presidente dos Estados Unidos chegou ao poder, o Pentágono e a CIA realizaram mais de 300 ataques com 'drones' em áreas tribais do Paquistão, que causaram em mais de 2.500 vítimas, incluindo centenas de civis.
O presidente americano defende esta nova tecnologia por ser mais precisa que outro tipo de bombardeios, mas o Bureau indica que, em 2011, 14% das vítimas eram civis, porcentagem que caiu para 2,5% em 2012.
Ativistas e organizações de direitos humanos mostram que a zona fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão registrou ataques com 'drones' em média uma vez a cada cinco dias, embora o número de bombardeios tenha diminuído em relação a 2010.
A AUVSI, com sede em Arlington (Virgínia), se descreve como a maior organização mundial sem fins lucrativos dedicada exclusivamente ao "avanço dos sistemas não tripulados e robóticos" e afirma ter mais de 2.100 membros em 60 países.
A feira é realizada a cada dois anos e reúne quase oito mil especialistas no setor.