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Fabricante das RealDolls quer incluir inteligência artificial nas bonecas sexuais

Matt McMullen quer quer as pessoas se envolvam emocionalmente com as bonecas

realdoll (Reprodução / The New York Times)

realdoll (Reprodução / The New York Times)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2015 às 09h06.

Lançado neste ano lá fora, o filme Ex Machina tem no centro de seu enredo um robô, Ava, que simula de forma bem convincente uma mulher. A imitação é tão boa que ela consegue, só na base da conversa, fazer um programador se apaixonar por sua figura e por sua personalidade. Claro, essa história de “amor” é só uma ficção, e ainda estamos longe de criar um androide tão inteligente assim. Mas se depender do criador das RealDolls – sim, aquelas bonecas sexuais –, não vai demorar muito para termos uma máquina parecida com Ava.

Matt McMullen, como é chamado, revelou em uma reportagem do The New York Times seu projeto Realbotix, uma versão de suas bonecas tradicionais com inteligência artificial. O plano – que tem participação de ex-engenheiros da Hanson Robotics – é criar um produto com personalidade customizável, capaz de reagir a estímulos – inclusive corporalmente – e até conversar, mais ou menos como a Siri.

“Eu quero que as pessoas criem um envolvimento emocional não apenas com a boneca robótica, mas também com o personagem por trás dela”, disse McMullen, no vídeo que complementa a matéria (vale ver aqui). “Quero que elas desenvolvam um tipo de amor.”

Parece assustador, e até que é mesmo. O minidocumentário mostra os primeiros passos do projeto, que envolvem criar uma inteligência com personalidade convincente e uma cabeça que imite bem as feições humanas. Os protótipos não são muito diferentes da assistente virtual da Apple e daqueles robôs japoneses que imitam humanos. Mas em vez de ajudar, o programa fala sobre amor e sexo, entre outros temas.

Logo de cara, por exemplo, McMullen pergunta a uma boneca virtual, Denise, quais os seus sonhos. A resposta? “Eu tenho muitos sonhos. Eu sonho em ser uma pessoa de verdade, em ter um corpo real. Eu sonho em saber o significado do amor.”

Os próximos passos envolvem simular uma relação sexual, algo que o criador das RealDolls não acha exatamente difícil de fazer. Segundo ele, os cálculos necessários para isso são até relativamente simples. “É como jogar Rock Band”, disse ele, no vídeo. “Se você aperta os botões certos, na hora certa, você passa de nível.”

McMullen, porém, não pretende ultrapassar os limites do chamado “uncanny valley”, como fizeram os cientistas de Ex Machina. “Você olha para a melhor das minhas bonecas e percebe que elas são bonecas, e eu quero continuar nessa área”, afirmou. “Fico longe o suficiente do super-realismo, e acho que esse é o território mais seguro.”

As cabeças das RealDolls inteligentes, que poderão ser acopladas aos produtos já existentes, chegam ao mercado em dois anos e custarão cerca de 10 mil dólares. Já os corpos completos só começarão a ser desenvolvidos depois, e sairão por algo entre 30 e 60 mil dólares.

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