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Exposição em Nova York revela mitos e verdades do veneno

Exposição 'O Poder do Veneno' explora os mitos e as verdades do veneno de forma didática e divertida

poison (©afp.com / Emmanuel Dunand)

poison (©afp.com / Emmanuel Dunand)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 06h50.

Em um momento em que o suposto envenenamento do líder palestino Yasser Arafat volta ao noticiário, o Museu Americano de História Natural de Nova York apresenta "O Poder do Veneno", uma exposição que explora os mitos e as verdades desta substância de forma didática e divertida.

"O que evoluiu em animais e plantas como uma defesa contra predadores ou um meio de predação tem sido usado através da história por seres humanos para magia, assassinato, maldade, intoxicação e, cada vez mais, na medicina moderna", afirmou a diretora do museu, Ellen Futter, ao inaugurar a mostra para a imprensa.

A exibição, que será aberta ao público no sábado e poderá ser visitada até 10 de agosto de 2014, "revela as coisas estranhas e inclusive intrigantes que acontecem quando os seres humanos e substâncias tóxicas se encontram", acrescentou a encarregada.

A exposição começa com uma seção dedicada à selva do Chocó (noroeste da Colômbia), conhecida por abrigar várias espécies venenosas, que o visitante pode observar enquanto avança por um espaço escuro e decorado com vegetação tropical.

As estrelas desta seção são três pequenas e belas rãs douradas venenosas ('Phyllobates terribilis'), cuja peles são impregnadas de um alcaloide denominado batracotoxina em quantidade suficiente para matar dez pessoas.

Formigas, lagartas, escorpiões, aranhas, peixes: são muitas as espécies que podem ter veneno, embora talvez as mais identificadas com esta característica no imaginário popular sejam as serpentes. Das cerca de 3.000 espécies que existem na Terra, entre 250 e 500 têm substâncias tóxicas capazes de causar problemas de saúde nos humanos.

Mas o que torna o veneno especial não é tanto sua presença nos animais, mas seu uso desde épocas ancestrais, a começar pelo conhecimento de botânica como fonte de poder e magia.

A mostra visita mitos e lendas, como a Branca de Neve, as bruxas de "Macbeth", de Shakespeare, e o Chapeleiro Maluco de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll. Nesse caso, seu comportamento estranho teria um pé na realidade: os trabalhadores da indústria dos chapéus nos séculos XVIII e XIX sofriam sintomas de envenenamento por mercúrio, usado para remover o pelo dos animais.

O veneno na política e na História

Além da literatura, como os romances de suspense e policiais de Arthur Conan Doyle (criador do Sherlock Holmes) ou Agatha Christie, "O Poder do Veneno" também relembra personagens históricos, como o imperador romano Nero, que teria recorrido a um envenenador profissional para eliminar seus inimigos ou a rainha egípcia Cleópatra, que se suicidou com a picada de uma cobra, segundo diz a lenda.

Mas não é preciso ir tão atrás na História para buscar mortes de líderes ou personalidades públicas que poderiam estar vinculadas a algum tipo de veneno.

Na semana passada, especialistas suíços que analisaram os restos e objetos pessoais do líder palestino Yasser Arafat, falecido em 2004, consideraram que a tese do envenenamento é a "mais coerente", devido à quantidade anormal de polônio-210 encontrada e amostras biológicas de seus restos, sem poder afirmar categoricamente que isto provocou sua morte.

Outro caso importante veio à tona nos últimos dias: o escritor chileno Pablo Neruda, prêmio Nobel de literatura, não teria morrido envenenado pela ditadura de Augusto Pinochet, em 1973, mas de câncer de próstata, segundo os resultados de exames de um grupo internacional de legistas.

A exposição nova-iorquina recria um laboratório toxicológico onde são apresentados os métodos científicos disponíveis para resolver crimes, convidando os visitantes a solucionar três casos reais de envenenamento acidental.

Em um clima mais positivo, "O Poder do Veneno" termina mostrando o uso cada vez mais frequente dessas substâncias com fins medicinais como, por exemplo, a descoberta do remédio para o câncer a partir da cortiça do teixo do Pacífico, uma conífera tão venenosa que algumas de suas agulhas são suficientes para matar uma pessoa.

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