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Repórter
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 11h07.
Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 11h08.
Uma pesquisa com 115 executivos brasileiros revelou que os líderes C-level de tecnologia, como CIOs e CTOs, estão assumindo novas responsabilidades e ganhando maior protagonismo nas decisões estratégicas.
O estudo, intitulado "Tech C-Level Brasil", foi conduzido pela consultoria EloGroup em parceria com o TEC Institute, responsável pela publicação da MIT Technology Review Brasil. As entrevistas incluíram executivos de empresas como Renault, Boticário e Claro, além de instituições como ONS e BNDES.
De acordo com o levantamento, 30,4% dos CTOs e CIOs já veem suas áreas como parceiras estratégicas, gerando oportunidades de negócio e ganhos de eficiência por meio da tecnologia. Outros 30,4% classificam suas áreas como proativas, auxiliando diretamente na implementação das estratégias corporativas.
Apesar de o estudo mostrar o avanço da TI nas empresas, ainda há espaço para a consolidação desse papel estratégico. Apenas 12,2% dos executivos se veem como conselheiros confiáveis (“trusted advisors”) para as lideranças de negócios.
Segundo o modelo predominante nas TIs das empresas brasileiras, 44,3% utilizam uma abordagem centralizada, com uma única área de TI para toda a organização. O modelo híbrido, que integra parcialmente TI e negócios, é adotado por 38,3%, enquanto 17,4% das companhias preferem um modelo descentralizado, onde as unidades de negócio controlam diretamente seus recursos tecnológicos.
"Hoje, entendemos que essa visão limitada de que a tecnologia é apenas um meio para atingir objetivos de negócio está ficando para trás", afirma Rafael Clemente, CEO da EloGroup. Para ele, a tendência é que os líderes de TI, além de dominar a tecnologia, passem a entender profundamente o negócio, assumindo um papel cada vez mais relevante nas decisões estratégicas.
Outro destaque da pesquisa foi a crescente pressão por resultados tangíveis após a fase inicial da transformação digital. As empresas agora buscam produtividade e redução de custos, e os principais indicadores usados pelos executivos para medir o sucesso são o aumento de produtividade (30,4%), crescimento de receita (21,7%) e a redução de custos (18,3%).
A maioria dos executivos também foca em estratégias de curto prazo, com 45,2% estabelecendo planos digitais para os próximos 1 a 2 anos. Apenas 13,9% priorizam o planejamento de longo prazo, acima de cinco anos.
Além disso, as empresas estão adotando métodos mais ágeis e flexíveis, com frameworks de trabalho que priorizam a agilidade. O orçamento para TI em 2024 reflete essa tendência, com 16,5% alocados em Software como Serviço (SaaS) e 13,9% direcionados para Infraestrutura como Serviço (IaaS) e nuvem pública.
A pesquisa confirma que 65,5% dos executivos já aplicam soluções de inteligência artificial (IA) principalmente para análise de dados e business intelligence. Além disso, 54% utilizam IA no atendimento ao cliente, enquanto 39,8% aplicam a tecnologia no desenvolvimento de produtos e serviços.
"É crucial ter uma plataforma de tecnologia que permita experimentações e a coleta de dados, mas também que possibilite a transição para a excelência operacional, capturando valor de forma escalável", diz Rafael Clemente. Ele ressalta que o desafio para as empresas é equilibrar a inovação com a operação eficiente.